“Todos têm sido muito compreensivos diante das medidas mais gravosas que tomámos quando suspendemos as visitas”

Bento Barcelos é o presidente da União Regional das Misericórdias dos Açores

As misericórdias dos Açores voltaram a suspender as visitas aos lares residenciais de idosos. A decisão, embora dolorosa, foi compreendida por todos porque “todos compreenderam que foi para um bem maior”, adianta Bento Barcelos ao programa de Rádio Igreja Açores.

“Estamos diante de uma nova etapa, com um incremento de casos positivos nos Açores. Isso preocupa-nos e levou-nos a retomar algumas medidas mais gravosas como a suspensão de visitas, sobretudo nas unidades mais vulneráveis como são os cuidados continuados que algumas misericórdias têm” adiantou o presidente da União Regional das Misericórdias dos Açores, em entrevista que pode ouvir em  www.igrejaacores.pt.

“Custou-nos tomar esta decisão mas é em nome de um bem maior: a saúde dos nossos utentes”, sublinhou justificando que o grande desafio é “tomar a decisão certa no momento certo”.

“Ficámos todos muito marcados por essa infelicidade que aconteceu, durante a primeira vaga, na misericórdia do Nordeste onde tinham sido tomados todos os cuidados. E, por isso, temos que avaliar bem as medidas e as decisões que tomamos” refere Bento Barcelos.

“Com muita humildade, e grande sentido de disciplina, percebemos que são tempos difíceis para todos, mas a larguíssima maioria dos familiares dos utentes compreende este contexto e tem por vezes uma atitude mais compreensiva do que os próprios utentes que evidenciam uma maior tristeza por não verem os familiares”.

O dirigente, que é provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra, lembra a este propósito, que  “as misericórdias têm cumprido com a sua missão”.

“Este é um tempo de grande complexidade para todos e nós temos de lidar com as incertezas no dia a dia, procurando encontrar as melhores respostas. Tem sido feito um caminho com resultados favoráveis e positivos”, destaca desafiando as empresas a perceber que este é um “momento difícil para todos” que exige “muita responsabilidade”.

Entre os elogios ao governo, por ter disponibilizado um apoio financeiro às instituições, que pode entrar agora numa segunda etapa, e a necessidade de voltar a ter que criar equipas próprias para lidar com o trabalho, fazendo turnos mais longos para evitar contactos, Bento Barcelos pede às empresas fornecedoras de material necessário para a prevenção da Covid que sejam mais parcimoniosas nos custos que apresentam. Segundo o presidente da União regional das Misericórdias dos Açores há materiais que chegam a custar o dobro do que custavam antes da pandemia.

A entrevista de Bento Barcelos pode ser ouvida em podcast em: https://www.igrejaacores.pt/misericordias-2/

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