Vaticano convida jovens para debater violência contra mulheres

Sessão do «Átrio dos Gentios» reúne representantes religiosos e da sociedade civil

O Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé) vai promover esta quinta-feira uma sessão do ‘Átrio dos Gentios’, plataforma de diálogo entre crentes e não-crentes, dedicada à violência contra as mulheres.

A iniciativa ‘Prepotência e medo. A dignidade da mulher contra a violência’ está marcada para esta quinta-feira e dirige-se em particular aos jovens, começando com a projeção do filme ‘O amor roubado’, do italiano Irish Braschi.

Além do presidente do Conselho Pontifício da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, vão intervir depois Francesca Corrao, especialista em assuntos islâmicos; Giuliano Amato, jurista e ex-primeiro-ministro de Itália; Consuelo Corradi, presidente da Fundação Átrio dos Gentios; Giorgia Abeltino, diretora das relações institucionais da Google; e Gemma Vecchio, para uma visão da mulher na cultura africana.

O debate vai versar sobre a “violência física, sexual e psicológica” sobre as mulheres e a “ausência da espiritualidade e solidariedade na sociedade ocidental”.

Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2017, celebrado a 1 de janeiro, o Papa Francisco denunciou a “violência doméstica” e os “abusos sobre mulheres e crianças”, em particular dentro das famílias.

Já na exortação apostólica que resulta das duas assembleias do Sínodo sobre a Família, o Papa condena todas as formas de “discriminação” e violência sobre as mulheres.

“Apesar das melhorias notáveis registadas no reconhecimento dos direitos da mulher e na sua participação no espaço público, ainda há muito que avançar nalguns países”, adverte Francisco, no documento ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), de 2016.

O texto evoca as vítimas de violência doméstica e de maus-tratos, apelando à erradicação de “costumes inaceitáveis”, como a mutilação genital.

A 24 de junho de 2015, o Papa Francisco alertou no Vaticano para as consequências das discussões dos pais sobre os filhos e condenou a violência doméstica, admitindo que a separação pode ser “inevitável” para defender as vítimas.

“Há casos em que a separação é inevitável. Por vezes, pode tornar-se mesmo moralmente necessária, quando se trata precisamente de poupar o cônjuge mais fraco ou os filhos pequenos às feridas mais graves causadas pela prepotência e a violência”, declarou, numa audiência pública que reuniu dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

 

(Com Ecclesia)

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