Vigário geral da diocese preside a celebração dos 50 anos do edifício do antigo Liceu de Angra

Celebração foi participada por toda a comunidade educativa

A Escola Jerónimo Emiliano de Andrade assinalou hoje as bodas de ouro da inauguração do edifício do antigo Liceu de Angra com uma eucaristia presidida pelo Vigário Geral da Diocese, cónego Hélder Fonseca Mendes e concelebrada por mais alguns sacerdotes, nomeadamente o Reitor do Seminário Episcopal, Pe. Hélder Miranda, o Ecónomo diocesano e pároco da Ribeirinha, cónego António Henrique Pereira, o cónego João de Brito, o cónego Ricardo Henriques e pelo cerimoniário da Sé, Pe. Duarte Gonçalves Rosa, na Igreja de Nossa Senhora da Guia, conhecida popularmente como a Igreja do Museu.

A comunidade educativa participou na celebração, juntando alunos e professores.

Na homília, o cónego Hélder Fonseca Mendes, antigo aluno do Liceu lembrou algumas das etapas de crescimento da escola, referindo-se ao seu papel na educação de centenas de jovens que por ali passaram e receberam os ensinamentos para a vida. O sacerdote recordou a este propósito “o drama do terramoto de 1980” e sublinhou que “em boa parte” o que é hoje deve-o “ao liceu onde entrei como criança e à escola de onde saí como jovem” para integrar o Seminário Episcopal de Angra.

“Como tantos companheiros, juntamo-nos hoje em festa, corpo docente, discente e auxiliares de educação, em eucaristia votiva do Espírito Santo para dar graças a Deus e tomar forças para mais um ano letivo que está a começar, evocando aquele augúrio de 9 de outubro de 1969, quando o velho Liceu teve, pela primeira vez na sua história, instalações próprias, apropriadas e indignas, agora nas nossas mãos e ao nosso dispor”, disse o vigário geral da diocese.

O cónego Hélder Fonseca Mendes sublinhou ainda a visão dos sucessivos papas, desde Paulo VI até Francisco, sobre a escola e a importância da educação para a Igreja. Desde logo a importância da existência de um edifício- “instalações físicas- para o sucesso educativo escolar, mas também a importância de um modelo de ensino e um corpo teórico de disciplinas que instruam e concorram para a promoção, difusão e ensinamento de valores. O sacerdote lembrou, de resto, as palavras de Paulo VI que qualificou a escola em geral como “uma obra bela, original e fecunda”. Dirigindo-se à comunidade educativa citou o Papa João Paulo I, quando em 1978, exortou os professores e os alunos a potenciarem a sua memória e inteligência e a fazerem render tudo isso, adquirindo competências para desempenharem uma função dirigente na sociedade.

O antigo Liceu enverga agora o nome do seu primeiro reitor- Pe. Jerónimo Emiliano de Andrade- nomeado a 6 de agosto de 1846. Jerónimo Emiliano de Andrade, para além de reitor, foi professor vitalício da quinta e sexta cadeiras do Liceu. As primeiras instalações conseguidas foram as do extinto Convento de São Francisco, no lado Oeste do edifício (voltado para o centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo. As aulas iniciaram-se em Outubro de 1851, entretanto ainda com sérias deficiências por falta de professores e de instalações adequadas. A partir de 1864 instalou-se no lado Este do edifício o Seminário Diocesano de Angra. Em 1900 as instalações do Liceu de Angra foram transferidas para o Palácio Bettencourt, antigo Paço Episcopal (hoje sede da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo), tendo retornado para as suas primitivas instalações no edifício do antigo Convento poucos anos mais tarde, em 1913, após a Implantação da República Portuguesa.

A saída definitiva das velhas instalações conventuais ocorreu a 9 de Outubro de 1969, data em que foram inauguradas as instalações escolares, construídas de raiz, onde hoje a instituição funciona. O edifício, sito na Praça Almeida Garrett, à data da inauguração denominada Praça Cavaleiro Ferreira, foi inaugurado naquele dia com a presença do Ministro das Obras Públicas, Engenheiro Rui Alves da Silva Sanches, e do Ministro da Educação Nacional, Doutor José Hermano Saraiva. O imóvel tem um logradouro de 21 500 m², tendo ao tempo uma superfície coberta de 2 800 m², e fora construído entre 1966 e 1969, com um custo 21 mil contos, dos quais 3 600 contos foram para aquisição de equipamentos.

Vocacionado para preparar os alunos para ingresso no ensino superior, a partir de um plano de estudos de formação clássica, também preparou quadros para a administração, os serviços, a indústria e comércio locais. A instituição servia então todo o Distrito de Angra do Heroísmo, recebendo os poucos alunos originários das ilha Graciosa e São Jorge que tinham posses que lhes permitissem passar além da 4.ª classe.

Com a criação do ensino preparatório em 1968, a instituição foi dividida em duas partes: a Escola Preparatória Cipião de Figueiredo, que partilhava instalações e recursos com Liceu, e o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, ministrando os cursos gerais e complementares do ensino liceal. As duas instituições e a escola do Magistério Primário de Angra do Heroísmo foram transferidas em 1969 para o novo edifício do Liceu, aí cobitando durante mais de uma década.

Com a Revolução do 25 de Abril e com o advento da autonomia política dos Açores, a instituição sofreu uma profunda mutação, que culminou na sua transformação em Escola Secundária de Angra do Heroísmo e a absorção da Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo na sua estrutura.

(As informações que descrevem o percurso da instituição foram retiradas da página on line da Escola)

Scroll to Top