Diocese de Angra sintonizada com Assis reza pela paz no próximo dia 20

Bispo diocesano escreve aos sacerdotes e desafia-os a mobilizar as comunidades

A diocese de Angra vai estar unida em oração, no próximo dia 20 de setembro, terça feira, na jornada de oração pela Paz, em sintonia com o Encontro Inte-religioso a que o papa Francisco preside em Assis.

Numa carta enviada a todos os sacerdotes, a que o Sítio Igreja Açores teve acesso,  D. João Lavrador pede que todas as comunidades cristãs do arquipélago “tenham em conta esta intenção” e se “mobilizem para rezar” especificamente por esta causa.

Os líderes religiosos de todo o mundo encontram-se em Assis dia 20 de setembro para uma reflexão e oração pela Paz do mundo.

Num comunicado publicado pela Rádio Vaticano, frei Mauro Gambetti realça que diante do atual quadro de conflito que ensombra o mundo “não se pode responder com o silêncio”.

“A terceira guerra mundial já está em marcha e a Europa, ferida e desafiada consecutivamente no seu coração, não pode mais permanecer de parte ou como mera observadora do que acontece no Médio Oriente, em África e em outros países aparentemente distantes. Não pode sequer limitar-se a atualizar programas e convenções de acolhimento a refugiados”, frisa o franciscano.

Para frei Mauro Gambetti, chegou a hora de “governos e cidadãos tomarem uma posição: esconderem-se como ratos ou darem a cara”.

O encontro pela paz em Assis vai acontecer 30 anos depois do primeiro evento do género, promovido pelo Papa João Paulo II por ocasião da Guerra Fria e do conflito entre os Estados Unidos da América e da então União Soviética.

Em 1993, numa época dominada pelo “conflito na Bósnia e Herzegovina”, e em 2002, o Papa polaco convocou de novo os líderes religiosos a trilharem “o caminho da reconciliação”.

“Violência nunca mais! Guerra nunca mais! Terrorismo nunca mais! Em nome de Deus, cada religião leve ao mundo a justiça, a paz, o perdão, a vida, o amor!”, exortou na altura João Paulo II.

Estes encontros seriam repetidos em 2006 e mais recentemente em 2011, sob a vigência do Papa Bento XVI.

O encontro em setembro vai incluir “dois dias de painéis de discussão e uma jornada de oração”, sendo que a comunidade franciscana de Assis, a Comunidade de Santo Egídio e a diocese local esperam que o evento marque também “o regresso do Papa Francisco à região”, depois de lá ter estado recentemente, em janeiro deste ano.

“Uma oração conjunta e uma palavra unânime, fruto de uma reflexão partilhada, é a resposta que queremos suscitar”, salienta o frei Mauro Gambetti, acrescentando que além dos líderes religiosos, estão também convidados “políticos, representantes da ciência e da cultura, agentes de paz e todos os homens de boa vontade”.

“Juntos veremos quais são os princípios reconhecidos por todas as religiões para a paz. Qual o contributo que a política, a ciência e a cultura em geral podem propor para um futuro marcado por uma sã convivência humana”, aponta o religioso.

O líder da comunidade franciscana de Assis sustenta que “diante da violência furiosa, as religiões devem dar ao mundo uma mensagem convergente” e que “a política deve fazer o esforço de traçar uma rota rumo à justiça e à paz entre os povos, combinando cada projeto com a sustentabilidade ambiental”.

Que deste encontro, conclui o frei Mauro Gambetti, possam sair “diretrizes” para uma cada vez maior “integração de culturas”, tendo sempre em mente o “sonho” de levar este empenho e este “modelo” a todo o mundo, à União Europeia e às Nações Unidas.

 

(Com Ecclesia)

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