35 crianças açorianas iniciam participação na peregrinação nacional que celebra a “Senhora mais brilhante que o Sol”

Mensageiros de `palmo e meio´ transformam-se em peregrinos do Centenário

35 crianças naturais da diocese de Angra- 13 de São Miguel, 12 da ilha Terceira e 10 de São Jorge- participam a partir de hoje na 39ª Peregrinação das Crianças, no Santuário de Fátima, que em ano de Centenário tem como tema “A Senhora mais Brilhante que o Sol”.

Para a maioria é a primeira deslocação à Cova da Iria e todos vêm com a expetativa do convívio e da experiência da amizade.

Esta tarde já visitaram as duas basílicas- Da Santíssima Trindade e Nossa Senhora do Rosário- e o Museu de Cera e vão permanecer em Fátima até segunda feira. Esta noite integram-se na procissão das velas, depois de rezarem o terço na Capelinha das Aparições, e amanhã participam na Eucaristia, que será presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.

“Não tenho dúvidas de que para muitos é uma primeira experiência de vida e daqui levarão sempre alguma coisa nem que seja a experiência do convívio mas é preciso não esquecer que hoje é mais difícil fixarem-se no que é essencial”, referiu ao Igreja Açores o assistente diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima, Pe. Júlio Rocha, que desde 1995 acompanha grupos de crianças dos Açores.

“Ao longo dos anos temos sentido uma diminuição do entusiasmo  das crianças, não só porque a vivência da fé no seio da família é hoje muito diferente mas também porque hoje as crianças têm uma experiência mais difusa”, referiu o sacerdote sublinhando que “há de facto uma experiência de convívio, mas as novas tecnologias e a dispersão geram maior desatenção”.

No entanto, avança, “há sempre o encontro com esta experiência de Maria que vai ficar. De resto uma das coisas que mais impressiona estas crianças é justamente o estarem na Capelinha diante de uma imagem que remete para uma mensagem que tem cem anos”, conclui o sacerdote que é , juntamente com o secretariado diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima, o principal dinamizador desta participação insular na Peregrinação Nacional das Crianças.

O grupo integra ainda catequistas de São Miguel, Terceira e São Jorge e todos eles são unânimes em destacar a importância destas crianças a fazerem esta experiência de fé, que é um contacto mais próximo com a mensagem de Fátima, a vida dos pastorinhos e o seu exemplo.

“Ouvir dizer da boca de uma criança que quer que Nossa Senhora a ajude para ser igual aos pastorinhos é muito gratificante” adianta Zélia Couto de São Miguel.

O esquema de preparação para esta peregrinação é enviado ás diferentes dioceses pelo Santuário de Fátima, com materiais e propostas de oração, que são seguidas de forma diferente em cada uma das ilhas, dependendo da forma como está organizada a catequese na ilha. No caso de São Miguel a preparação mais intensa é feita junto das paróquias que têm núcleos ativos do Movimento da Mensagem de Fátima, especialmente Relva-Covoada, Rabo de Peixe ou água de Pau e na Terceira é feito ao nível da ilha.

“Torna tudo um pouco mais difícil mas por outro lado faz com que esta possibilidade seja aberta a todas as crianças da ilha. Neste momento julgo que não existe nenhuma paróquia da Terceira que não tenha trazido ainda uma criança a esta peregrinação”, refere José Duarte que acompanha esta peregrinação desde sempre.

Este ano, o grupo consegue integrar também crianças de São Jorge o que já não acontecia há algum tempo.

“É uma grande responsabilidade e apostámos muito na preparação” disse Fátima Homem, catequista na Ribeira Seca em São Jorge.

“Para além do filme sobre a história de vida dos pastorinhos seguimos o guião de preparação de Fátima; rezámos  o terço e trabalhámos o tema do Milagre do Sol, da sexta aparição. No final pedimos a cada criança que nos dissesse como pode ser luz para alguém. Foi um trabalho muito gratificante que esperamos agora possa dar frutos”, concluiu.

Diana Lourenço vem da ilha Terceira e não tem dúvidas de que será “uma coisa interessante e bonita e que vai fazer com que tenhamos bons momentos que não vamos esquecer”.

“ Somos peregrinos, vamos brincar muito, aprender e estar com os amigos.  É uma viagem para recordar para a vida”, acrescenta.

“Se calhar vou aprender a rezar mais” disse ainda.

Embora a oração não seja o tema principal da conversa é,  pelo menos para Simão,  uma forma de recuperar de um dia mal passado.

“Rezo muitas vezes com a minha mãe e rezamos por nós e por todo o mundo. Faço-o sobretudo quando estou triste e quando o dia não me corre bem. Não é apenas uma forma de passar o tempo mas uma forma de exprimir o que sinto ou o que sou”.

“Acho que vai ser muito giro perceber aqui a história dos pastorinhos” referiu por outro lado o Miguel Azevedo, de São Jorge.

“Não sei muito mas acho que vou aprender coisas diferentes aqui”.

A 39ª peregrinação Nacional das Crianças conta ainda com uma encenação levada a cabo por um dos três colégios católicos de Fátima, o São Miguel, que este ano parte da ideia da realização de uma visita de estudo ao Santuário de Fátima.

Scroll to Top