Amar é ficar em casa

Pelo Pe José Júlio Rocha.

«Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro… Voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele.» (João 20, 11; 14)
Os relatos evangélicos que falam de Jesus depois da Ressurreição têm uma coisa em comum: não bastam os olhos do corpo para O reconhecer. São necessários os olhos da fé. Maria Madalena não reconheceu Jesus à primeira; os discípulos de Emaús também; os apóstolos no cenáculo; também junto ao Mar da Galileia. Estavam cegos pelo desânimo da derrota da Cruz.
Os olhos da fé são essenciais para superar esta crise. Cansaço, tédio, irritação, revolta, ansiedade, discussões, desânimo, medo, incerteza, os dias sempre iguais, sempre as mesmas caras, uma prisão chamada casa. Talvez tenha sido fácil viver este confinamento durante quinze dias. Agora, continuar nesta situação sem saber até quando, é uma verdadeira prova de fogo.
Só temos duas opções. Primeira: desistimos e deixamo-nos arrastar pela desilusão, pela raiva, pelo medo e pelo desânimo. Segunda: enfrentamos o touro pelos cornos e reinventamos a vida.
É tudo uma questão de reconstruir a paz interior, mesmo que ela esteja em ruínas.
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