Bispo de Angra alerta para o perigo das atitudes “dos que se sentem donos do mundo”

D.João Lavrador presidiu à missa de despedida de Monsenhor Augusto Cabral como Reitor do Santuário do SSCM

O bispo de Angra insurgiu-se este domingo contra todos aqueles que sentindo-se “donos do mundo” dão prioridade aos bens materiais e “espezinham os mais débeis”.

Na missa de despedida de Monsenhor Augusto Cabral da reitoria do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, o prelado diocesano pediu que os cristãos possam rezar pelos  governantes “para que conduzam a sociedade pelos caminhos da justiça, da paz, pela defesa da dignidade humana e pela atenção privilegiada pelos mais pobres”.

Por isso, desafiou os cristãos a fazerem a diferença, porque “interpretam e agem” de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo.

“A Palavra de Deus convida-nos a viver o essencial da vida cristã para que sirva de testemunho a todos os homens e mulheres do tempo de hoje. Esta atitude está muito presente na obrigação de decidir a quem seguir: a Deus ou ao dinheiro”, referiu o bispo de Angra.

D.João lavrador presidiu à celebração eucarística de resignação de Monsenhor Augusto Cabral que agora passa à condição de aposentado, depois de cinco anos a servir o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

“As suas condições de precária saúde e de idade exigem que seja aliviado deste trabalho pastoral para que possa usufruir das condições mais condignas com a sua situação pessoal”, referiu o prelado agradecendo o trabalho e o exemplo de vida que foi para a igreja “com uma verdadeira entrega à vida sacerdotal”.

O Monsenhor Augusto Cabral é sacerdote há 56 anos. Viveu os seus primeiros anos de sacerdócio acompanhando a renovação que o Concílio provocava na Igreja; como professor e reitor do Seminário foi chamado a formar aqueles que serviriam a diocese norteados pela aplicação progressiva da doutrina conciliar; como Vigário Geral da Diocese teve a seu cargo a orientação jurídica e pastoral onde o concilio era a luz que iluminava a caminhada diocesana; como director nacional do secretariado da catequese promoveu a elaboração dos catecismos que ainda estão em vigor e contribuiu, deste modo, para a renovação da catequese em Portugal; e, por último, como Reitor deste Santuário, “todos reconhecemos a sua capacidade de escuta, de acolhimento e o seu testemunho sacerdotal que a ninguém deixava indiferente” referiu D. João Lavrador.

“Bem haja Mons. Augusto Cabral pela sua vida sacerdotal tão edificante que a todos nós nos engrandece. Na sua pessoa e no modo como vive o sacerdócio vem-nos à mente as palavras da Exortação Pastores Dabo Vobis que num dado passo diz que «o sacerdote é o homem de Deus, aquele que pertence a Deus e faz pensar em Deus» concluiu D. João Lavrador.

Ainda a propósito do exercício do seu ministério, D. João lavrador destacou as qualidades de “Procurar, incluir e alegrar-se”, três atitudes “que se transformam em acção pastoral. Três reflexos da alma do Mons. Augusto Cabral. Por isso louvamos a Deus pelos dons com que engrandeceu a sua pessoa e como através de si realizou maravilhas em todos os sectores onde trabalhou na diocese e mesmo na Igreja em Portugal”.

Monsenhor Augusto Cabral deixa a reitoria este domingo. Sucede-lhe o Cónego Adriano Borges, até agora ecónomo diocesano, que entrará no Santuário no inicio de outubro.

 

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