Bispo de Angra desafia açorianos a fazerem a experiência da conversão e a não se deixarem “ofuscar pela mediocridade e pela rotina”

Prelado preside às festas do Senhor Bom Jesus do Pico

O Bispo de Angra desafiou hoje os açorianos a aceitarem o convite da conversão pessoal, pela oração permanente e sistemática como forma de “elevação para além do comum e do quotidiano”.

Na homilia da missa solene das Festas do Senhor Bom Jesus Milagroso, em São Mateus na ilha do Pico, a que presidiu pela segunda vez, D. João Lavrador recorreu à metáfora da subida à Montanha, um lugar alto mas difícil, para sublinhar a importância de “não nos deixarmos ofuscar pela mediocridade e pela rotina gerada pelo nivelamento social.”

“É um caminho exigente” disse o prelado,  que “requer sacrifícios” mas que “transforma a nossa vida”, disse.

“Através da oração penetramos no coração de Deus, saboreamos o seu mistério, só deste modo nos podemos conhecer melhor a nós mesmos e maravilharmo-nos pelo que somos através do amor que Deus revela em nós e também, deste modo, conhecemos melhor o mundo e os irmãos”, afirmou o prelado.

Para além da transfiguração da vida pessoal, decorrente desta comunhão com Deus, o bispo de Angra apelou aos cristãos açorianos que sejam capazes de a estender aos irmãos.

“Precisamos de escutar o testemunho autêntico de quem fez a experiência de Jesus Cristo glorificado e deste modo teve acesso à manifestação plena do mistério divino. Mas esta experiência não ficará completa se não nos dispusermos a tornar esta comunhão com Deus presente junto dos irmãos através do nosso testemunho contagiante”, frisou.

E, “quanta necessidade temos nós hoje de fazermos a verdadeira experiência da transfiguração que passe pelos nossos critérios, valores, opções, pensamentos, afectos e sensibilidade. Em suma como necessitamos de transfigurar a nossa vida”, acrescentou ainda.

Por fim, exortou os açorianos a abrirem-se à missão contagiando os outros e, assim, “procurando evangelizar o mundo de hoje”.

A festa do Senhor Bom Jesus Milagroso, em São Mateus, decorre desde o passado dia 27 e termina amanhã. Trata-se de uma das mais importantes festas de verão no Pico. Este ano tem como tema “O Bom Jesus é o rosto da misericórdia do Pai”.

O Novenário, inspirado no tema deste ano, foi pregado até dia 3 de agosto pelo Pe José Borges, pároco e prior da Matriz da Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

Durante o novenário o Santuário esteve sempre aberto até à meia noite e os escuteiros de São Mateus prestaram apoio aos peregrinos que se deslocaram a pé em cumprimento das suas promessas.

Este sábado, dia principal da festa, foram celebradas três Eucaristias sendo a Missa Solene concelebrada por todo o clero da ilha e clero convidado, sob a presidência de D. João Lavrador.

As festas terminam com um concerto do Orfeão Universitário do Porto pelas 22h30 de amanhã.

Participam nesta festa várias filarmónicas a saber: Lusitânia Liberdade Velense , União Faialense, Lira de São Mateus , Lira Madalense, União e Progresso Madalense , Liberdade Lajense, Recreio dos Pastores de São João ,União Artista de São Roque, Liberdade do Cais do Pico e Recreio Santamarense.

As Festas do Senhor Bom Jesus Milagroso no Pico remontam ao ano de 1862, quando o emigrante Francisco Ferreira Goulart trouxe do Brasil uma imagem do Senhor Bom Jesus, cópia fiel daquelas que se veneram. Esta devoção já cá existia, venerando-se imagens do Senhor Crucificado, como se pode ainda ver nos Inventários das Igrejas Paroquiais. Mas foi a partir da chegada da Imagem a São Mateus do Pico, que mais se intensificou a devoção ao Ecce Homo.

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