Bispo de Angra desafia cristãos a serem comunidades dinâmicas presentes nos vários ambientes do mundo

Prelado preside à festa dos 300 anos do Voto do Povo de Deus do Pico em honra de São Mateus

O bispo de Angra juntou-se esta sexta feira ao povo de São Mateus, na ilha do Pico, para com ele honrar o voto feito há 300 anos como forma de ação de graças pelo facto das erupções vulcânicas não terem devastado esta zona da ilha montanha.

Em dia de São Mateus, o Império saíu à rua e distribuiu rosquilhas e pão por todos os que visitaram a paróquia.

Na celebração eucarística D. João Lavrador, que tem como lema episcopal justamente a frase dirigida a Mateus por Jesus de Nazaré «Segue-Me», lembrou o alcance do convite que interpela aos discipulado.

“O convite que Jesus de Nazaré dirige a Mateus, ao encontrar-se com ele no posto de cobrança, perdura ao longo do tempo como a manifestação da vocação que caracteriza cada um dos discípulos de Jesus Cristo” disse o bispo de Angra na homilia da Missa celebrada no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres que hoje também assinala 60 anos da sua dedicação.

O prelado destacou que Jesus se encontra com cada um no seu ambiente natural, seja na vida do dia a dia, na família, ou no trabalho e todos os cristãos devem segui-lo da “melhor” forma que possam.

“No contexto do percurso da nossa vida humana e cristã exige-se este encontro tão vivo e interpelante que nos transfigura e nos faz reconhecer o sentido da nossa existência e a missão que temos a desempenhar no mundo em que vivemos”, afirmou o prelado.

O bispo de Angra lembrou, contudo, que este encontro deve despertar “dinamismo, frescura e motivação para a missão”.

“Sem este encontro e esta interpelação ficamos reduzidos a comunidades cristãs que ritualmente gerem as tradições de um passado que nada diz à vida humana e não responde aos anseios da pessoa na atualidade” esclareceu.

O prelado diocesano lembrou, por outro lado, que é na eucaristia que os cristãos se devem animar.

“A comunidade cristã fundamenta a sua vida na Eucaristia e exprime-se na unidade, na comunhão e na diversidade de funções e serviços”, afirmou.

D. João Lavrador lembrou, ainda, a celebração dos 300 anos do voto que os picoenses, fustigados pela força destruidora do vulcão, que à época vitimou muita da natureza desta ilha do Pico, fizeram implorando a bênção e benevolência de Deus vindo a este lugar sagrado, neste dia, para reconhecer as limitações humanas e a força do poder de Deus.

D. João Lavrador lembrou que o homem deve posicionar-se perante a natureza como administrador e não o seu dono, exigindo-se “o respeito e o cuidado para que seja a casa comum para todos os povos e gerações, torna-se também sinal da misericórdia e da bondade divina que sempre está atento aos gemidos e aos sofrimentos dos seus filhos”.

Depois da missa houve uma coração e distribuição de rosquilhas a todos os que se deslocaram a São Mateus.

A festa começou com uma novena que terminou a 20 de setembro, justamente o dia em que se assinalaram os cinquenta anos da dedicação da igreja Matriz, hoje Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus, feita em 1968 por D. Jaime Garcia Goulart, Bispo Emérito de Timor. Nesse mesmo dia pelas 21h00,   no Salão dos Romeiros, realizou-se a inauguração de uma exposição de Ilustração de Filipe Gomes, intitulada “Mystérios de Fogo III”, sobre os 300 anos das duas erupções que em 1718 assolaram a Ilha do Pico. Ainda na quinta-feira, véspera da Festa, houve arraial a partir das 21h30 com as Filarmónicas União e Progresso Madalense e Lira Madalense das Sete Cidades.

As Comunidades de São Caetano e Santa Margarida sairão também pelas 14h30 da Igreja Paroquial de São Caetano, com os guiões de São Caetano e Santa Margarida, acompanhados pela Filarmónica Lira Madalense das Sete Cidades, uma vez que em 1718 faziam parte da mesma freguesia.

Chegadas as procissões, junto do memorial houve a inauguração e a bênção do mesmo, formando-se uma só procissão até à nossa Igreja Matriz/Santuário, onde pelas 16h00 houve a Missa Solene da Festa, seguindo-se a procissão no giro habitual e o arraial com distribuição de rosquilhas e atuação das Filarmónicas Lira Madalense e Lira de São Mateus.

No Domingo, 23 de Setembro, haverá a celebração de Ação de Graças pelos 300 anos do Voto, com Missa Solene pelas 11h30, no Santuário do Senhor Bom Jesus, seguindo-se a procissão para o Salão da Casa do Povo de São Mateus, onde decorrerá o almoço de confraternização entre as Comunidades de São Mateus, São Caetano e Santa Margarida, nos 300 anos deste voto.

Recorde-se que em agosto São Mateus recebeu, uma vez mais, as grandes festas religiosas de verão na ilha montanha, com a Festa do Senhor Bom Jesus do Pico, que este ano foram presididas pelo bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida.

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