Bispo de Angra lança desafio a toda a Igreja diocesana para pensar Plano Pastoral “a partir das bases”

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“Será como um `tempo zero´(…) Todos precisamos de fazer caminho, talvez lento para ser seguro, mas decidido e com o olhar fixo numa Igreja mais comunhão, mais participação e com a missão mais partilhada,  segundo o antigo princípio eclesial: o que diz respeito a todos, por todos deve ser discutido e aprovado”

Sem pressa mas com esperança na participação e envolvimento concreto de todos, de padres a leigos, de jovens a idosos e dos movimentos aos serviços, o Plano Pastoral para o próximo biénio, tendo como horizonte o Jubileu da Esperança em 2025, celebrado por toda a Igreja, o bispo de Angra acaba de lançar o desafio a toda a igreja diocesana de pensar o seu Plano Pastoral para os próximos dois anos e, a partir daí, desenhar os triénios que se seguem até à celebração dos 500 anos da diocese em 2034.

“Todos precisamos de fazer caminho, talvez lento para ser seguro, mas decidido e com o olhar fixo numa Igreja mais comunhão, mais participação e com a missão mais partilhada,  segundo o antigo princípio eclesial: `o que diz respeito a todos, por todos deve ser discutido e aprovado”, afirma D. Armando Esteves Domingues numa mensagem enviada a toda a Igreja diocesana, no arranque do primeiro ano pastoral do seu episcopado.

“Olhar a pastoral diocesana e renová-la a `partir de baixo´, das pessoas, dos problemas de cada dia, para começar a ganhar forma uma Igreja sinodal: fazer dos conselhos, grupos paroquiais, secretariados, uma escola de escuta e partilha” afirma o bispo diocesano.

“Este Plano para 2023/24 será como um `TEMPO ZERO´ para, depois, olharmos os seguintes 9 anos até aos 500 anos da nossa Diocese que procuraremos dividir em Planos plurianuais” refere o bispo de Angra.

No dia em que a Igreja celebrou São Mateus, o prelado sugere uma temática alinhada com a Igreja universal, centrada na Esperança e propõe uma metodologia para que o próximo plano pastoral possa ser o reflexo de um caminho de discernimento conjunto, envolvendo sacerdotes, religiosos e leigos, entre eles os mais novos, “aproveitando as dinâmicas criadas” pela Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.

“Esta fase já é pastoral”, alerta D. Armando Esteves Domingues.

“Não iremos ter pressa nem pretender fazer tudo de repente” sublinha deixando a sugestão de um itinerário: “Começaremos por escolher os diversos órgãos de participação sinodal na diocese que queremos venham verdadeiramente a funcionar sinodalmente: Ouvidores, Conselho Presbiteral e Conselho Pastoral Diocesano”.

Para tal, sobretudo para o Conselho Pastoral Diocesano, “seria bom dar força aos membros leigos dos conselhos pastorais paroquiais e de Ouvidoria e, depois, escolher o Conselho”.

“Desejamos que o Plano que se traçar, parta das bases” frisa destacando que esse é o grande objectivo: “ iniciar uma prática que faça escola para o futuro, em que iremos sempre melhorando. Agora será onde possível, no futuro será em todas paróquias”, destaca.

“Sugere-se que, no futuro, cada paróquia, grupos de paróquias, de zonas ou Ouvidorias, movimentos, etc. procurem refletir e elaborar um Plano próprio: identificar necessidades e eleger uma ou outra prioridade, seja na formação laical e dos ministérios vários, na Liturgia, caridade, catequese ou outras” adianta ainda lembrando que posteriormente poder-se-á avançar “para um plano de formação mais articulado e sistemático”.

Para ajudar à reflexão, cujos resultados irão ser recolhidos por um grupo de trabalho composto por sacerdotes e leigos que deverá ter o Plano Pastoral escrito até à Solenidade do Cristo Rei, a 26 de novembro, o prelado diocesano deixa algumas indicações como a articulação da caminhada diocesana com o Jubileu da Esperança, o Sínodo dos Bispos e os 500 anos da diocese.

“Olhando para este ano pastoral, ocorre-nos a palavra ESPERANÇA! Se sinodalidade joga fraternidade, a esperança joga com ânimo e alegria de viver. Animemo-nos, então, reciprocamente, amemo-nos antes de tudo como Jesus manda, aproximemo-nos e caminhemos lado a lado com cada desanimado e sem esperança. É aí que Jesus nos espera, é aí que se alimenta e partilha a nossa esperança”.

“Aos senhores Ouvidores e Párocos se confia a coordenação e motivação, entregando mesmo o texto aos leigos que o não recebem diretamente e responsabilizando os coordenadores de qualquer grande ou pequeno grupo de cristãos para que percebam e reflitam sobre esta participação sinodal. Mais que discutir se vale a pena, se serão ouvidos e tidos em conta, queremos continuar a fazer caminho. A quantos mais chegar agora nesta fase, mais comprometerá com a sua compreensão e execução”, conclui.

“Comecemos já este ano pastoral, partindo juntos e unidos. O Espírito Santo nos guiará, pois Ele sabe onde nos quer levar. O nosso Padroeiro Beato João Batista Machado, que deu a sua vida pela Missão, caminha Connosco”, afirma ainda o prelado diocesano.

Depois da reorganização da diocese, escolhendo novos protagonistas, o bispo de Angra desafia agora todos os diocesanos a participar na reflexão do novo plano pastoral.

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