Bispos falam em debate «sereno» sobre novos ministérios

Ministerialidade dentro da Igreja é palalvra de ordem

O vigário-apostólico de Pando (Bolívia), D. Eugenio Coter, que partiu em Missão para a Amazónia há 28 anos, disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica na região tem uma “ministerialidade da comunidade”, que é preciso valorizar.

Em conferência de imprensa, o missionário italiano sublinhou que os trabalhos iniciados a 6 de outubro, no Sínodo especial, têm procurado “ajudar a refletir sobre as respostas concretas de que as comunidades precisam”.

O responsável explicou que esta “ministerialidade” é já vivida nas celebrações da Palavra, com a ideia de “ter alguém com a faculdade de poder consagrar”, um debate que tem decorrido com “serenidade” na busca de respostas, respeitando a “doutrina da Igreja”.

Já D. Rafael Alfonso Escudero López-Brea, bispo da prelazia de Moyobamba (Peru), missionário espanhol, realçou o forte compromisso dos leigos na ação das comunidades católicas e deixou votos de que surjam bispos “amazónicos”, num futuro próximo.

A conferência de imprensa diária contou com a presença do padre Sidney Dornelas, religioso scalabriniano e diretor do Centro de Estudos Migratórios Latino-americanos (Argentina), o qual evocou as “várias situações de crise humana”, nos últimos 10 anos, com sucessivas vagas de emigrantes na região pan-amazónica.

Márcia Maria de Oliveira, perita em História da Igreja na Amazónia (Brasil), falou por sua vez na necessidade de “valorização do serviço prestado” pelas mulheres, com um “ministério que lhes confira esse lugar especial”.

Durante as reuniões gerais que decorreram nos últimos dias, à porta fechada, os participantes propuseram a criação de um observatório eclesial internacional sobre a violação dos Direitos Humanos das populações e proteção da Amazónia.

Os debates, sintetizados pelo portal ‘Vatican News’, abordaram ainda a possibilidade de criação de uma organização episcopal “permanente e representativa”, coordenada pela REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazónica), para promover “uma pastoral comum mais eficaz” para a defesa dos direitos dos povos indígenas, a formação integral dos agentes pastorais e a criação de seminários na Amazónia.

A Santa Sé informou que o Papa nomeou como membros da Comissão de Redação do documento final o padre Rossano Sala (Itália), o cardeal Christoph Schönborn (Áustria), D. Edmundo Ponciano Valenzuela (Paraguai) e D. Marcelo Sánchez Sorondo (Academia Pontifícia das Ciências Sociais – Santa Sé), que se vão somar aos membros escolhidos pela assembleia sinodal.

(Com Ecclesia)

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