Diocese de Angra celebra a festa do Beato João Baptista Machado seu padroeiro

Missionário Jesuíta nasceu em Angra e foi baptizado na Catedral diocesana

A Diocese de Angra celebra esta terça feira, dia 22, a festa do seu padroeiro o Beato João Baptista Machado, com leituras e orações especificas que deverão ser tidas em contas em todas as celebrações litúrgicas da igreja açoriana.

O Beato João Baptista Machado, presbítero jesuíta, missionário no oriente e mártir, nasceu em Angra do Heroísmo entre 1580 e 1582 e foi baptizado na Sé.

Em 2017 a diocese insular assinalou os 400 anos do seu martírio com um colóquio promovido pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira, e na ocasião, o bispo de Angra, D. João Lavrador, afirmou que a missão evangelizadora, que levou o religioso jesuíta até ao Japão, onde deu a vida pelo Evangelho, “deve ser inspiradora” para os dias de hoje, “em que novos ídolos e poderes desafiam a missão do discípulo de Jesus Cristo”.

“Ter audácia, coragem, serenidade e capacidade de diálogo exige uma personalidade cristã bem fundamentada e enraizada em Cristo de modo a responder evangelicamente aos desafios que são lançados aos cristãos” disse o prelado.

D.João Lavrador sublinhou que o exemplo de “entrega até ao martírio” do beato terceirense deve ser um exemplo para todos os cristãos que buscam a santidade.

“Os percursos da santidade são pessoais e exigem uma verdadeira pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos”, referiu.

O sacerdote jesuíta, padroeiro da Diocese de Angra, foi beatificado pelo Papa Pio IX, em 07 de Maio de 1867, juntamente com outros 205 mártires do Japão.  O seu processo de canonização está em renovação porque foi beatificado há 153 anos, juntamente com os designados Mártires do Japão.

Reconhecido pela Igreja Universal, e conhecido a nível mundial, a devoção à sua causa foi impulsionada na segunda metade do século XX, com um pedido de canonização entregue em mão a São João Paulo II, quando esteve nos Açores, em 1991 e, desde então destacam-se várias iniciativas que materializam a devoção a este beato por parte dos católicos açorianos.

João Baptista Machado é um dos sete mártires do Japão, juntamente com Ambrósio Fernandes (Porto), Francisco Pacheco (Ponte de Lima), Diogo de Carvalho (Coimbra), Miguel de Carvalho (Braga), Vicente de Carvalho e Domingos Jorge que aguardam a canonização.

João Baptista Machado nasceu em Angra do Heroísmo entre 1580 e 1582 e foi baptizado na Sé Catedral.

Aos 17 anos entrou na Companhia de Jesus, em Coimbra, com a intenção de ser missionário no Oriente, mais concretamente no Japão, onde os padres jesuítas exerciam intenso apostolado, bem como na Índia, Malaca, Macau e nas terras da Tailândia e Vietname.

Em 1601, embarcou com outros 15 companheiros para a Índia. Estudou Filosofia em Goa e Teologia em Macau. Em 1609, entrou no Japão e estudou a língua japonesa no Colégio Jesuíta de Arima.

Depois de uma intensa vida missionária, rebentou uma perseguição contra os missionários e católicos japoneses. O padre João Baptista Machado ficou disfarçado no Japão para acudir às necessidades espirituais dos cristãos.

Mas, em Abril de 1617, foi descoberto e preso. A 22 de Maio, Domingo da Santíssima Trindade, sofreu o martírio. Frei Pedro da Assunção foi seu companheiro de martírio.

Tinha então entre 35 a 37 anos de idade, havia 20 anos que entrara na Companhia de Jesus, 16 anos que saíra de Portugal e oito anos que estava no Japão.

Tão sincera foi a sua alegria de se saber condenado ao martírio por amor a Jesus Cristo que o Governador encarregado de transmitir a ordem do Imperador veio a converter-se também à religião cristã e, mais tarde, também foi mártir da fé.

Dois nobres japoneses foram destacados para executar a sentença. De um só golpe, foi cortada a cabeça de Frei Pedro. Chegando, porém, a vez de João Baptista Machado, o executor de tal modo se perturbou que, ao primeiro golpe, caiu por terra com o mártir. Levantaram-se os dois e novo golpe de catana foi vibrado, mas só ao terceiro golpe é que se consumou o martírio.

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