Eles estão na porta do Tribunal

Por Renato Moura

Por estes dias os partidos políticos e coligações apresentaram as listas concorrentes aos órgãos representativos das autarquias locais. São as assembleias e câmaras municipais, as assembleias e juntas de freguesia, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas.

É tempo de conhecer as pessoas integrantes das listas. Seja pequena ou grande a freguesia ou o concelho, importa perceber quem são os candidatos. Indagar não só a identidade, mas outros dados, como seja o perfil profissional, a idade, a zona onde residem. Também averiguar qual o percurso desses cidadãos ao longo da sua vida, principalmente o seu envolvimento e ou empenhamento nas causas políticas e sociais, bem como entender qual tem sido o grau de disponibilidade e empenhamento deles nas instituições e colectividades locais. São apreciações essenciais para prever e avaliar qual será o grau de eficiência quando eleitos. Não é apenas um direito, como um dever, para poder votar conscientemente.

Tem sempre importância a ideologia política, frequentemente muito difícil de descortinar nas coligações; todavia parece pacífica, tratando-se de poder local, a relevância das pessoas sobre a ideologia, a avaliar pela experiência de muitos anos e territórios.

Quem não é virtuoso na vida profissional e social, nem no serviço à comunidade, não o será no desempenho político. É mais fácil de avaliar quem está no poder e se recandidata; não pelo que deu, mas pela forma como serviu.

Não se tenha pejo de averiguar a qualidade dos candidatos, pois, conforme o ditado, se eles não queriam ser lobos, não lhe vestissem a pele. É perfeitamente legítimo perguntar directamente a cada candidato a razão pela qual desejam ser autarcas, ou o motivo para aceitarem um convite para integrar as listas, pois uma e outra situação, embora ambas legítimas, são absolutamente distintas. Escrutine-se para esmiuçar a agonia de não largar o poder, ou a ânsia de a ele querer ascender. Perceba-se se essa disponibilidade seria igual para cargos nas instituições e colectividades locais onde há muito trabalho sem receber dinheiro.

Os nomes dos candidatos estão afixados nas portas dos tribunais, não por aqueles cidadãos serem procurados pela justiça. Antes pelo contrário é um sinal salutar da disponibilidade; seja ela para servir. Todavia todos eles deverão estar conscientes dos deveres de cumprimento integral das leis aplicáveis e das penas decorrentes da falta de cumprimento.

Por ora avaliem-se os candidatos; depois virão os programas eleitorais.

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