Estado “não favorece a família tradicional”, diz responsável da pastoral familiar da diocese de Coimbra

Jorge Cotovio orienta cinco ações de formação na diocese de Angra na Semana Nacional da Educação Cristã

O Estado “nunca protege a família como devia” e “paradoxalmente” a fiscalidade portuguesa “não favorece o modelo de família tradicional, diz Jorge Cotovio, membro do Secretariado da Pastoral Familiar na Diocese de Coimbra e Presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas, que a partir de amanhã vai estar nos Açores para orientar cinco ações de formação no âmbito da família e educação.

“A fiscalidade deveria favorecer o modelo de família tradicional e, paradoxalmente, paga menos impostos quem está divorciado ou em “união de facto” do que quem está efetivamente casado”, diz o responsável numa entrevista ao Sítio Igreja Açores.

“A nível do direito, desvaloriza-se a família tradicional em detrimento de outras `famílias´, com tantos ou mais direitos”, conclui sublinhando que “Deveria haver mais incentivos para os jovens constituírem família, desde o acesso ao primeiro emprego e à habitação própria, aos estímulos à natalidade (neste aspeto, como já disse, notam-se atualmente alguns sinais positivos)”.

Jorge Cotovio reconhece que “atualmente, no nosso país, há sinais de uma maior abertura política à instituição familiar”, no entanto sublinha que isso acontece “não tanto por os governantes `amarem´ a família, mas principalmente porque a taxa de natalidade está a pôr em risco a economia e a segurança social”.

Aliás, vai mais longe nesta explicação lembrando que foi na década de 80, “quando começámos a receber muitos subsídios da Europa, que a taxa de natalidade começou a baixar e os divórcios a aumentar… Nem sempre a “fartura” e as boas condições estruturais conduzem a boas famílias e à ausência de conflitos”, acrescenta acentuando a necessidade de “todos mudarmos o nosso paradigma de vida”.

Também a presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) considerou, durante o evento «Family Land», que em Portugal, as famílias são “penalizadas” quando têm mais filhos.

Para Rita Mendes Correia, a APFN pretende ajudar as famílias a serem “mais famílias” e “não serem penalizadas no IRS e no IMI”.

Durante dois dias (19 e 20 deste mês), em Cascais, muitas famílias estiveram reunidas no «Family Land» onde passaram “bons momentos junto dos seus filhos e de outros amigos”, realçou a presidente da APFN.

Com imensas atividades tanto para os pais como para os filhos, os participantes tiveram oportunidade de sair dos círculos mais fechados e viverem “momentos ao ar livre”, disse.

“É importante que a APFN tenha muitos associados” porque “todos juntos temos uma força maior”, realçou Rita Mendes Correia.

Com a proximidade das eleições legislativas, a presidente da APFN sublinha que “algumas promessas foram cumpridas, pequenas coisas” mas que ajudam as famílias.

Atualmente, para que “possam nascer mais crianças” é fundamental que se criem “mais condições” e só assim a taxa de natalidade pode aumentar em Portugal, proferiu Rita Mendes Correia.

“O país necessita que nasçam crianças”, finalizou a presidente da APFN.

A «Family Land» foi um evento para toda a família, promovido pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e foi concebida para receber toda a família.

Scroll to Top