Francisco sai em defesa da «dignidade» dos doentes e suas famílias

Encontro dominical incluiu saudação a participantes nos Jogos Olímpicos de Inverno e oração por vítimas do mau tempo.

O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano à defesa da “dignidade” das pessoas doentes e pediu ajuda para as suas famílias, para que se viva sem “medo da fragilidade”.

 

“A dignidade da pessoa não se reduz nunca às suas faculdades ou capacidades nem diminui quando a própria pessoa é fraca, inválida e necessitada de ajuda. Penso nas famílias, onde é habitual cuidar de quem está doente; por vezes, as situações podem ser mais pesadas”, afirmou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a recitação da oração do ângelus.

 

“Muitos escrevem-me e hoje quero assegurar uma oração por todas estas famílias, a quem digo: não tenhais medo da fragilidade, não tenhais medo da fragilidade, ajudai-vos uns aos outros com amor e sentireis a presença consoladora de Deus”, prosseguiu.

 

A celebração do Dia Mundial do Doente decorre anualmente a 11 de fevereiro, dia em que a Igreja Católica celebra a festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes.

 

“É a ocasião propícia para colocar no centro das comunidades as pessoas doentes, rezar por elas e com elas, estar perto delas”, declarou o Papa.

 

Francisco convidou os católicos a assumir a “atitude de Jesus” diante de cada doente: “O Senhor toma conta de todos, partilha os seus sofrimentos e abre o coração à esperança”.

 

O Papa deixou uma palavra de estímulo pelo “trabalho precioso” de quantos estão empenhados no campo da saúde e se encontram todos os dias com doentes, “não só um corpo marcado pela fragilidade, mas pessoas, às quais se deve oferecer atenção e respostas adequadas”.

 

“A atitude generosa e cristã com os doentes é sal da terra e luz do mundo. Que a Virgem Maria nos ajude a coloca-la em prática e obtenha paz e conforto para todos os que sofrem”, acrescentou.

 

A intervenção recordou os que foram afetados recentemente por “calamidades naturais”, em vários países.

 

“Estou próximo deles. A natureza desafia-nos a ser solidários e atentos à guarda da criação, também para prevenir, quanto possível, as consequências mais graves”, disse o Papa.

 

 

A tradicional catequese centrou-se sobre a imagem dos cristãos como “sal da terra e luz do mundo”, para “fecundar a humanidade”.

 

“Todos nós, batizados, somos discípulos missionários e somos chamados a ser no mundo um evangelho vivo: como uma vida santa daremos sabor aos diversos ambientes e defendê-los-emos da corrupção, como faz o sal; levaremos a luz de Cristo com o testemunho de uma caridade genuína”, precisou.

 

Francisco alertou para quem os cristãos “apenas de nome”, que não assumem a “missão” de dar “luz ao mundo” e não são pessoas “luminosas”, vivendo uma “vida sem sentido”.

 

“Como quereis viver: como uma lâmpada acesa ou apagada? Como quereis viver?”, perguntou aos presentes, repetindo a questão antes de se despedir com votos de que sigam “sempre em frente com a luz de Jesus”.

 

Entretanto, e a propósito do Dia Mundial do Doente, o Vaticano defende o acesso universal a fármacos e a cuidados médicos.

 

“O acesso às terapias farmacológicas necessárias é um problema que incide gravemente nos países economicamente desfavorecidos e não só. A conjuntura económica que assola mesmo vários países considerados ricos teve um forte impacto nos sistemas de saúde nacionais e na possibilidade de acesso de pessoas e famílias a tratamentos indispensáveis”, frisa o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde,  D. Zygmunt Zimowski

 

A mensagem do responsável da Cúria Romana cita ainda a encíclica ‘Caritas in Veritate’ de Bento XVI, para sublinhar que é “cada vez mais urgente que os países economicamente mais desenvolvidos façam o possível para destinar quotas maiores de seu Produto Interno Bruto para ajudar no desenvolvimento, respeitando os compromissos assumidos no âmbito de comunidade internacional”.

 

Na Diocese de Angra, o dia do doente é assinalado no quinto domingo da Quaresma, através de uma celebração comunitária com a santa unção aos doentes, disse ao Portal da Diocese o Pe Paulo Borges, responsável diocesano pelo apoio à Pastoral da Saúde.

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