Há muitos açorianos “que ainda não são cidadãos plenos de direitos”

Denuncia é feita pela Diretora da Cáritas Diocesana

É importante assistir os carenciados mas a ação da Igreja tem de ser mais profética e denunciar as causas que estão na base das desigualdades e dos problemas sociais que existem nos Açores e “que são muitos”, referiu esta manhã a Diretora da Cáritas Diocesana na sequência dos trabalhos da XI Sessão Plenária do Conselho Pastoral Diocesano.

“Há cidadãos nos Açores que ainda não são cidadãos plenos de direitos” disse Anabela Borba lembrando que muitos não têm garantidas as condições essenciais mínimas próprias da dignidade humana.

“A igreja não se pode calar nestas situações e tem de ir direta as causas denunciando-as” diz a dirigente lembrando que “não basta assistir; temos de denunciar”.

O tema já tinha sido abordado pelo ouvidor de Ponta Delgada e responsável pelo Serviço Diocesano da Pastoral Familiar, Cónego José Medeiros Constância.

“Há um apelo muito forte à formação no nosso documento de trabalho” mas “é importante que se perceba que esta formação não é teórica ou académica; ela deve partir da realidade concreta que nos Açores não é boa”, disse o sacerdote.

Referindo-se aos números do alcoolismo, da violência doméstica, da droga, da gravidez na adolescência, abondono escolar, do analfabetismo, beneficiários do rendimento Social de Inserção Social, entre outros- “de que somos campeões”- o responsável pela pastoral familiar sublinhou que esta é a realidade que deve “inspirar a ação da igreja” que tem de formar “para a missão”, para “levar as pessoas à descoberta de Jesus Cristo”.

O Conselho Pastoral Diocesano está reunido em Ponta Delgada pelo segundo dia e centra os seus trabalhos em três questões fundamentais: prioridades na ação pastoral, religiosidade popular e ano santo da Misericórdia.

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