Igreja florentina agradece a todos os que socorreram a população que sofreu com o mau tempo provocado pela depressão ‘Efrain’

Padre Nuno Fidalgo sublinha o facto de nenhuma família ter ficado desalojada e pede à população para manter a confiança

O mau tempo provocado pela depressão “Efrain” já estará mais ultrapassado e na hora do rescaldo, o padre Nuno Fidalgo interpelado pelo sítio Igreja Açores deixa uma palavra “de esperança e confiança” aos florentinos reconhecendo “o esforço” de todos os que estiveram envolvidos no apoio às populações.

“Tenho de deixar um agradecimento a todos os que prestaram socorro à população das Flores que mais uma vez foi confrontada com uma intempérie, em especial aos bombeiros, à proteção civil e aos funcionários das obras públicas e das autarquias que, com a sua acção evitaram o pior e ajudaram as pessoas”, disse o padre Nuno Fidalgo, ouvidor da ilha das Flores.

“Felizmente pensamos que o pior já terá passado” até porque “a Portos dos Açores já disse que o Porto Comercial das Lajes está operacional e isso será um alívio para todos” refere o sacerdote consciente de que os estragos são “claros” mas que os florentinos “já estão habituados a estas intempéries”.

“Ontem verificou-se algum pânico, nomeadamente na corrida ao supermercado e a alguns outros bens de consumos como gás e combustíveis, mas julgo que  situação está a normalizar”.

O sacerdote, inspirado pelos últimos documentos do Papa , sobre a responsabilidade de todos cuidarem da casa comum para evitar contribuir para um agravamento das alterações climáticas, responsáveis em tantos lugares do planeta pela severidade  e frequência de algumas intempéries, lembra “que todos somos responsáveis” e é preciso que “percebamos que todos somos em certa medida co-criadores neste planeta e por isso temos muita responsabilidade naquilo que fazemos neste mundo”.

“Felizmente- prossegue- nas Flores em particular, e nos Açores em geral, ainda temos esta consciência e quem nos visita reconhece-o e contribui para a manutenção desta natureza em estado puro, mas na verdade temos de nos preocupar com algum excesso de consumo”, refere.

“Apesar de ainda vivermos numa boa simbiose homem-natureza, temos de estar vigilantes” referiu.

O mau tempo no arquipélago, por causa da depressão “Efrain”, que já provocou mais de meia centena de ocorrências, teve um impacto muito significativo no porto comercial das Lajes, o único da ilha das Flores, que já estava frágil desde a passagem do furacão Lorenzo, em 2019.

A forte agitação marítima que se registou nos Açores durante o fim-de-semana fez com que fossem arremessadas, para o interior da baía do porto de Lajes das Flores, pedras do antigo quebra-mar e a infraestrutura portuária está encerrada desde sábado, aguardando-se uma melhoria das condições meteorológicas para uma inspeção junto ao cais. E, embora o Governo Regional já tivesse dito que estaria assegurado o abastecimento, através da Força Aérea ou da SATA, a verdade é que os florentinos ficaram apreensivos.

A Proteção Civil dos Açores registou desde sexta-feira mais de meia centena de ocorrências relacionadas com o mau tempo nas ilhas de São Miguel, Terceira, Faial, São Jorge, Pico e Flores.

As nove ilhas dos Açores estão ainda sob aviso amarelo devido às previsões de precipitação por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada, vento e agitação marítima, segundo o do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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