Imagem do Senhor dos Passos percorre as ruas de Angra do Heroísmo

Iniciativa da Irmandade de Santa Cruz e Passos da Igreja do Colégio de Angra é uma das tradições da igreja local

A habitual procissão do Senhor dos Passos, organizada pela Irmandade de Santa Cruz e Passos da Igreja do Colégio, saiu à rua da cidade património mundial, Angra do Heroísmo, este domingo, o segundo da Quaresma, percorrendo o perímetro que vai do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, onde pernoitou para veneração dos fieis até à Sé de Angra, pelo facto da igreja do Colégio estar ainda em obras.

Após a recolha da multissecular procissão foi celebrada uma Eucaristia, precedida da recitação da hora de vésperas, estando a orientação litúrgica ao cuidado do Seminário de Angra.

A tradicional mudança do Senhor dos passos da Igreja do Colégio para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição teve lugar no sábado. Os sermões proferidos durante a procissão foram assegurados pelos novos diáconos da diocese, ordenados no passado dia 8 de dezembro.

As procissões de Passos são comuns nos Açores sendo particularmente relevantes nas paróquias e ouvidorias onde existem fraternidades franciscanas ainda ativas, como é o caso da Horta ou da Ribeira Grande, para além de Angra.

As procissões de Passos, que representam o flagelo infligido a Jesus, preso na Cruz,  foram trazidas para os Açores pelos seus primeiros povoadores, vindos do continente, onde eram “manifestações litúrgicas e populares de fé, entre o Século XIV e XVIII, em muitas das cidades e vilas”.

Dos Açores foram levadas para o Brasil, onde, ainda hoje são das maiores manifestações religiosas em Florianópolis (Santa Catarina) e Olinda (Rio Grande do Sul) , esclarece ainda Francisco Dolores.

A imagem do Senhor dos Passos, normalmente de tamanho natural, representa Jesus, sob o madeiro, numa das quedas a Caminho do Calvário, “como que a prevenir quem quer que passe das nossas próprias quedas da vida, nas vias não sacras do mundo em que vivemos, onde os ‘Herodes’ e os ‘Pilatos’, abundam mais que as ‘Verónicas’, ou ‘Cerineus’,  e nos ajudam a levar as nossas próprias cruzes”, acrescenta ainda o Reitor do santuário mariano da cidade de Angra.

No decurso do giro da procissão dar-se-á o encontro da imagem do Filho, com a Mãe, Nossa Senhora das Dores, onde os fiéis aguardam o designado “Sermão do Encontro, que foi pregado pelo diácono Nuno Fidalgo. Os outros dois passos foram pregados pelos diáconos permanentes Henrique Lima e Eriberto Brasil.

 

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