Ouvidoria de Vila Franca do Campo suspende todas as celebrações religiosas até dia 23

Ouvidor diz que é tempo de “solidariedade” e de “entre-ajuda”

O ouvidor eclesiástico de Vila Franca do Campo, antiga capital da ilha de São Miguel, acaba de determinar o cancelamento de todos os atos de culto até ao próximo dia 23 de janeiro.

Em articulação com as autoridades de saúde da Região, que acabam de decretar uma cerca sanitária à freguesia de Ponta Graça, cuja paróquia pertence a esta ouvidoria, o responsável determinou também o encerramento das igrejas paroquias da ouvidoria e ermidas.

“Havemos por bem estender até ao próximo dia 23, inclusive, o cancelamento de quaisquer atos de culto em toda a ouvidoria, onde se inclui a celebração de missas e o encerramento e acesso às igrejas paroquiais e ermidas desta ouvidoria”, refere o comunicado da ouvidoria, que é assinado por todo o clero, que serve as cinco paróquias do concelho.

Os sacerdotes determinaram, ainda, o adiamento das festas de Santo Amaro, na paróquia de São Pedro, no coração da Vila e da festa de Santo Amaro, na paróquia de Nossa Senhora da Piedade, em Ponta Garça.

Estão igualmente adiados casamentos e batizados por poderem facilitar o ajuntamento de pessoas no momento seguinte à celebração religiosa. A catequese permanece ativa apenas online e “não haverá qualquer festa do percurso catequético” o que inclui “Crisma, Festa da Fé, Primeira Comunhão e Profissão de fé”, refere o comunicado do clero da ouvidoria.

O percurso mensal habitual dos oratórios das Sagradas Famílias continuará suspenso, tal como a visita aos doentes. Os funerais limitam-se aos familiares mais diretos, sem celebração da missa de corpo presente.

O comunicado termina com um apelo: “quem ama cuida e protege. Ajudemo-nos uns aos outros”.

Em declarações ao Igreja Açores o ouvidor, padre José Alfredo Borges lembra que a palavra chave agora só pode ser uma : “solidariedade”.

“Há uma onda enorme de solidariedade pelos que estão fechados e por aqueles que passam dificuldades. No meio deste turbilhão é preciso ajudar e as pessoas estão preocupadas” refere o sacerdote.

“Não vale de nada julgar; agora que aconteceu todos temos de dar as mãos, ajudar para que tudo se resolva da forma mais rápida que for possível. Peço por isso muita oração”, sublinhou o padre José Alfredo Borges.

Já na terça feira, dia 12, o ouvidor da Ribeira Grande, padre Vítor Medeiros, tinha determinado que todas as celebrações religiosas que facilitassem os ajuntamentos de fiéis como Primeiras Comunhões, Profissões de fé, Batismos, Casamentos, festas e procissões quaresmais, estarão suspensas em todas as paróquias da ouvidoria.

A decisão do ouvidor, “depois de ouvido todo o clero” e, seguindo o espirito dos apelos do Vigário Episcopal para a vigararia nascente,  determinava ainda que a catequese estará suspensa em toda a ouvidoria até que as escolas reabram, com aulas presenciais e as visitas aos doentes também permanecem suspensas, embora em caso de urgência possam ser contactados os respetivos párocos.

Esta orientação surgiu no seguimento do agravamento da situação pandémica na maior ilha do arquipélago, especificamente na freguesia de Rabo de Peixe., que se encontra a partir das zero horas desta sexta-feira em confinamento total com uma cerca sanitária imposta pela autoridade de saúde.

Nesta ouvidoria fica igualmente adiada para depois da Páscoa o Curso de Preparação para o Matrimónio.

O ouvidor, padre Vítor Medeiros, na nota enviada a toda a ouvidoria, a que o Sitio Igreja Açores teve acesso,  apela ainda à responsabilidade “individual e comunitária neste tempo de fragilidade”.

Estas medidas serão reavaliadas após a Páscoa.

Os Açores registaram, nas últimas 24 horas, 63 novos doentes com covid-19, 62 dos quais em São Miguel e um no Faial, contando a região atualmente com 846 casos positivos ativos.

Na ilha de São Miguel, a mais populosa dos Açores, os 62 casos foram “em contexto de transmissão comunitária” e, no Faial, tratou-se de um “viajante residente com análise de rastreio ao sexto dia”.

Há também a assinalar que 91 doentes recuperaram da doença nos Açores: 90 em São Miguel e um na Terceira.

Quanto a internamentos, o boletim da Autoridade de Saúde dos Açores adianta que estão internadas 26 pessoas, 22 na ilha de São Miguel, no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, com sete doentes em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), mais dois do que na quarta-feira.

Já na Terceira, estão internadas quatro pessoas no Hospital de Santo Espírito, mantendo-se um doente na UCI.

Os Açores contam, agora, com 846 casos positivos ativos, sendo 806 em São Miguel, 32 na Terceira, três no Faial e cinco nas Flores.

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