Padre Hélio Soares alerta para a necessidade de refletir o modelo de evangelização no pós-pandemia

Sacerdote lança livro no próximo dia 6 de junho

A obra “O Mosteiro de Nossa Senhora da Esperança de Ponta Delgada- o património em diálogo com a sociedade” é um trabalho que tem por base a tese de mestrado do padre Hélio Soares e agora está disponível para o grande público, a partir do dia 6 de junho, altura em que será apresentada.

O livro que o leitor terá entre mãos é “esse trabalho revisto e aumentado”, feito entre 2015 e 2021, e que apresenta um estudo do património do Mosteiro de Nossa Senhora da Esperança em Ponta Delgada.

Numa entrevista ao Igreja Açores que pode ouvir aqui, o sacerdote que é ouvidor das Capelas, lembra que neste ano há várias efemérides a serem comemoradas no que respeita a este Mosteiro e por isso, esta oportunidade lançada quer pela editora Letras Lavadas quer pelo Santuário do Senhor Santo Cristo, é uma forma de dar a conhecer este património.

“Este meu trabalho tem por objectivo apresentar uma proposta de musealização de alguns destes espaços, não de todos, de conteúdos que podem ser passíveis de serem colocados em determinados espaços, mas baseada numa investigação arquivística” adianta o sacerdote.

Neste livro, e na sua estrutura, o padre Hélio Soares analisa, a partir da documentação recolhida em vários arquivos, desde o Vaticano à Torre do Tombo, passando por bibliotecas- nacional e regionais- uma história deste património edificado por espaços, mas com algumas referências ao património integrado, isto é, retábulos, oratórios, azuleijaria ou a património inteiramente dedicado ao culto ao Senhor santo Cristo dos Milagres.

“Em nenhum dos temas a investigação é esgotada; há muito material que poderia dar um novo livro” refere o sacerdote.

“Tentei disponibilizar informação ao público em geral e também ao investigador ao longo de mais de 400 páginas, com um índice muito exaustivo para que o leitor possa estruturar a sua leitura” diz ainda nesta entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores.

“Não estudei, por exemplo,  a comunidade humana que o habitou; as  freiras apesar de serem de clausura, mantinham um contacto muito próximo com a sociedade e isso reflete uma postura e comportamento da época moderna” refere. Mas no livro há também referência a projectos que foram pensados para o espaço e que nunca conheceram a luz do dia, como o desejo de criar uma “Cozinha económica” ou a “construção de uma creche para a classe trabalhadora micaelense ou até a  instalação da sede de um clube desportivo”, sublinha.

Nesta entrevista, o sacerdote reflete ainda sobre os temas que atravessam a vida diocesana, nomeadamente a Caminhada Sinodal e os desafios da evangelização no pós pandemia.

“A fé vive da comunhão presencial e neste tempo de pandemia temos habitado o espaço digital. Há aqui questões que devem ser pensadas no pós pandemia; é uma reflexão e uma preocupação imediata para se pensar o próximo ano pastoral. Como evangelizar no pós pandemia”, refere.

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