Papa assinalou 25 anos da ordenação episcopal

Capela Paulina recebeu Missa com cardeais presentes em Roma para o próximo consistório

O Papa Francisco presidiu hoje a uma Missa na Capela Paulina, do Vaticano, com vários membros do Colégio Cardinalício, para assinalar os seus 25 anos de ordenação episcopal.

“Os que não gostam de nós dizem que somos a gerontocracia da Igreja. É uma piada, não percebo o que dizem: nós não somos ‘gerontes’, somos avôs – e se alguém não se sente assim, devemos pedir a graça de o sentir”, declarou, na homilia da celebração.

Francisco sublinhou que, como “avôs”, têm “netos” que olham para eles e aos quais é preciso dar “um sentido da vida”, com a experiência pessoal.

“Somos avôs chamados a sonhar e dar o nosso sonho à juventude de hoje, que precisa deles”, acrescentou.

A intervenção partiu de três imperativos – levanta-te, olha, espera -, partindo da passagem bíblica que fala das promessas de Deus a Abraão.

“O Senhor diz-nos que a nossa história está em aberto, até ao fim e aberta com uma missão”, disse.

O Papa foi saudado, em nome dos presentes, pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Angelo Sodano.

Francisco quis agradecer pela “perseverança na fé, na esperança, na caridade”, pedindo “perdão pelos pecados”.

“Agradeço-vos muito pela companhia fraterna, que o Senhor vos abençoe e acompanhe no caminho do serviço à Igreja, muito obrigado”, disse aos participantes na Missa.

Vários cardeais estão no Vaticano para participar, esta quarta-feira, no consistório extraordinário de criação de cinco novos membros do Colégio Cardinalício.

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936; filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia.

Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).

João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal Antonio Quarracino.

Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.

Após a sua visita a Fátima, o Papa Francisco recordou que foi informado da sua nomeação como bispo a 13 de maio de 1992.

“Não tinha pensado na coincidência, apenas enquanto rezava diante de Nossa Senhora, me lembrei de que a 13 de maio recebi esse telefonema do núncio, há 25 anos”, referiu, em conferência de imprensa, durante o voo que partiu de Monte Real, Concelho de Leiria.

Francisco explicou o que pensou durante os oito minutos que passou, em silêncio, diante da imagem da Capelinha das Aparições, na tarde de 12 de maio.

“Falei um pouco com Nossa Senhora sobre isto, pedi desculpa pelos meus erros, também algum mau gosto para escolher pessoas. Mas lembrei-me disso [nomeação episcopal]”, confessou.

O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio seria eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito, assumindo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.

 

(Com Ecclesia)

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