Reitor do Seminário de Angra exorta os picoenses a seguirem o exemplo de Maria Madalena

Cónego Hélder Miranda Alexandre preside à Solenidade de Santa Maria Madalena na ilha do Pico

 

A atitude de fé de Maria Madalena “ensina-nos a ver mais além” e deve ser, por isso, um “exemplo a seguir” disse esta quarta feira o Reitor do Seminário Episcopal de Angra que presidiu às Festas em honra de Santa Maria Madalena, na ilha do Pico.

“A atitude desta mulher ensina-nos a ver mais além. O que interessa é acompanhar o Mestre, nem que seja no serviço mais esquecido” disse o Cónego Hélder Miranda Alexandre sublinhando “a vontade e a determinação” de Madalena que, depois de ser salva, “chora mas procura sempre o seu Senhor, apesar das dúvidas, de viver numa manhã de escuridão, nunca deixa de ser discípula fiel e corajosa”.

“Este choro (de Maria Madalena) faz parte da nossa vida, quando nos sentimos desnorteados, sozinhos sem Deus, quando o túmulo parece que não tem nada”, destacou o sacerdote lembrando que “se é verdade que o dia é igual para todos, a noite é diversa para cada um porque cada qual a preenche dos seus medos”. No entanto, prossegue alertando para a necessidade de separar o trigo do joio.

“Quantas aparências caríssimos irmãos na nossa existência, quantos enganos, caminhos trocados, quantas verdades que fazem do bem o mal e do mal o bem, do doce o amargo e do doce o amargo”, mas “só Deus” pode alterar isso.

“Como Maria, também a nossa compreensão é lenta, até que o Senhor nos fala e chama pelo nome. Ele conhece-nos melhor do que nós nos conhecemos. A partir do nosso batismo foi-nos dado um nome. Ninguém é indiferente para Ele. E é na nossa língua que Ele nos fala. Não existem barreiras. Os olhos falam nos olhos, de coração a coração” referiu o Reitor, comparando esse amor ao amor de um pai ou de uma mãe.

O Cónego Hélder Miranda Alexandre falou, ainda, da importância do encontro com Jesus, a única forma de sermos salvos “do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”, disse. “Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar dia a dia sem cessar” e ninguém “se pode sentir excluído”.

“O encontro leva-nos à missão. Ninguém pode fechar em si a alegria que encontrou. Caríssimos, como seria diferente a nossa Igreja se assim vivêssemos, missionários de gema, entusiasmados e sempre fiéis”.

O sacerdote terminou a sua homilia com um hino de louvor a Maria Madalena.

Além da Eucaristia houve ainda a procissão solene na qual se incorporaram as forças vivas do concelho da Madalena do Pico bem como inúmeras filarmónicas.

A Festa de Santa Maria Madalena, que associa sempre uma vivência religiosa marcada pelo novenário  com um enorme cartaz cívico e cultural, é a primeira grande festa de verão da ilha Montanha, a que se seguem por ordem cronológica o Senhor Bom Jesus do Pico e a Festa dos Baleeiros, entre outras.

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