Saber caminhar com os jovens é um dos grandes desafios da igreja, diz o coordenador do departamento de comunicação do CNE

Paulo Santos foi um dos intervenientes do retiro anual dos Romeiros, em São Miguel

O coordenador do departamento de comunicação do Corpo Nacional de Escutas (CNE) foi um dos oradores convidados para o Retiro anual dos romeiros de São Miguel, que se realizou hoje na Ribeira Grande e afirmou que mais importante do que traçar estratégias e delinear caminhos para os jovens, é saber caminhar com eles.

“Não desenhemos um caminho para os jovens. Façamos o caminho com eles” disse Paulo Santos que sublinhou a importância de ouvir em vez de ensinar.

“Não há uma tipologia de jovens; todos são diferentes, por isso, o grande segredo não é ter uma estratégia definida  que se adeque a todos mas sim caminhar com eles e não traçar-lhes o caminho” precisou Paulo Santos.

“A fase da juventude é aquela em que questionamos, duvidamos de nós mesmos, e  por vezes a altura em que temos dificuldade em nos aceitarmos a nós mesmos como somos” e para estas questões “não há uma resposta mas sim várias respostas” que podem ser encontradas isoladamente ou em grupo.

“Todos temos imenso medo de falhar, e sobretudo das consequências da falha. Só há um ambiente onde podemos falhar com menos medo e esse ambiente é junto dos nossos” adiantou ainda o responsável pelo Departamento de comunicação do CNE, que falou da sua experiência pessoal na relação com os jovens, no encontro que reuniu mais de três centenas de Romeiros que refletiram sobre o tema “Partilha, vem e segue-me”, tema proposto pelas orientações diocesanas de pastoral para este ano.

“O desafio é mobilizar os jovens em torno da fé, da palavra e do amor de Cristo. E, o caminho é a partilha de experiências” disse ainda.

“Os jovens vivem em multiplicidade, cheios de duvidas, com inseguranças, vítimas de diversos apelos e desafios. Num processo de tentativa e erro, os jovens agrupados em movimentos de forte espiritualidade e de estreita relação entre si, tendem a arriscar, porque o julgamento é menor, mais consistente e o erro é mais bem aceite. Há sempre acompanhamento” destacou ainda.

Dirigindo-se particularmente aos romeiros, lembrou que “Cristo é um fim e um meio para caminhar. O esforço de cada um em ser santo e as oportunidades de missão, a leitura do mundo e o retorno da dedicação são os fatores diferenciadores”.

Paulo Santos lembrou, por outro lado, que a “igreja é uma célula em permanente construção, mutação e evolução. Os jovens são a seiva mais regeneradora e vital”. E deu como exemplo os escuteiros, particularmente o CNE, movimento que agrega o maior número de jovens em Portugal e que procura prepará-los para a vida, dando-lhes valores e levando-os a refletir sobre o que é ser parte de uma sociedade, na preocupação consigo e com o outro.

“O Conceito que os adultos devem interiorizar é, em vez de nos preocuparmos apenas com o mundo que vamos deixar aos jovens, preocuparmo-nos com os jovens que deixamos ao mundo” concluiu Paulo Santos deixando um desafio: “é preciso investir no homem”.

O Retiro anual de romeiros contou ainda com o testemunho de uma religiosa e do Padre Norberto Brum, diretor do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil.

Este Retiro é a primeira grande preparação dos romeiros para a romaria quaresmal deste ano. As romarias quaresmais realizam-se entre 18 de fevereiro e 27 de março. Trarão para a rua 52 ranchos só em São Miguel. Também sairão em romaria os ranchos da ilha Terceira e da ilha Graciosa.

 

 

 

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