Segundo Dia da Recoleção de Advento para o Clero Açoriano desafia padres a serem capazes de ultrapassar a dispersão dos dias

Frei António Vinhas Lopes orienta Recoleção do Clero na Terceira, em São Miguel e na Horta

O Clero açoriano participa desde ontem numa Recoleção de Advento orientada por Frei António Vinhas Lopes, da Ordem Franciscana dos Frades Menores.

A Recoleção feita de forma tripartida- ontem foi na Vigararia do Centro, com sacerdotes da ilha Terceira, São Jorge e Graciosa e esta sexta feira na Vigararia Nascente, com padres de São Miguel e Santa Maria- centrou atenções no conceito de interioridade e intimidade, desafiando os sacerdotes a estarem “mais dentro da vida”.

Cada um pode ir até ao intimo de si e pode não encontrar outro que não seja a si mesmo, alertou o pregador destacando que os exercícios espirituais devem levar à descoberta do outro que está no interior de si próprio e que será sempre Deus.

O sacerdote franciscano que está há dois anos nos Açores, concretamente a residir na comunidade em Angra do Heroísmo, lembrou que hoje a “sociedade vive uma hominização em vez da humanização” e que a igreja deve lutar contra isso explicando de novo alguns conceitos como o da salvação.

“No meio de tantas propostas parece que os nossos contemporâneos não têm necessidade de serem salvos. Bastam-lhes as sensações e a consciência de si” referiu alertando para a necessidade de regressar aos conceitos explicando-os de novo e enquadrando-os numa linguagem mais contemporânea.

Em jeito de desafio, o sacerdote destacou que Jesus “é um provocador da fé dos discípulos” e por isso a igreja como o seu corpo deve fazê-lo junto do mundo em diálogo com ele.

A dissertação sobre esta “primazia ativa” de Jesus foi feita a partir da Carta de São Paulo aos Colossenses, que retrata uma comunidade em dificuldades doutrinais, a quem São Paulo responde com respostas cristológicas.

A segunda parte da Recoleção centrou-se no Advento a partir das leituras para este período.

No final em declarações ao Igreja Açores, o sacerdote pregador sublinhou a “sintonia” em que se encontra o Clero açoriano: “Somos parte de uma comunidade cristã e precisamos de uma enorme interioridade de fazermos algo mais interior que nos afaste da dispersão dos dias”.

“Pela própria situação das ilhas, gostava que as pessoas se encontrassem mais, baixando as defesas porque anunciar a palavra do nascimento de Jesus é promover o encontro”.

A próxima recoleção agendada é já na segunda feira, no Salão do Bom Pastor, na Horta, ilha do Faial, para o Clero da Vigararia do Ocidente que integra as ouvidorias do Pico, Faial, Flores e Corvo.

 

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