Seminário de Angra acolheu segundo turno do CPM da ilha Terceira

Iniciativa reuniu 22 casais

Foi a participação mais baixa dos últimos cinco anos mas também aquela que fez tocar mais campainhas: há temas do Curso de Preparação para o Matrimónio (CPM) que “têm de ser revistas rapidamente, refere o assistente do movimento na ilha Terceira, Pe. Gregório Rocha.

O sacerdote não esconde a sua preocupação relativamente ao desajuste existente nalguns dos materiais formativos e a realidade concreta dos jovens, que ainda assim estão a procurar a igreja de forma muito significativa. Só este ano cerca de 70 casais participaram nos dois turnos do CPM na ilha.

De resto, a preocupação do sacerdote, que é o responsável de ilha por este importante movimento dentro da pastoral familiar, acompanha as reflexões do Papa Francisco na exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, onde o Papa Francisco alerta  para a fragilidade atual dos matrimónios que tem na sua base o facto dos noivos não compreenderem o compromisso que vão assumir, e realça que a Igreja Católica tem muito trabalho a fazer nesta área.

O papa ressalva a falta de noção de compromisso; a “cultura do provisório” e a necessidade de uma ação pastoral “mais efetiva” da igreja na preparação dos jovens casais.

“Creio que a Igreja tem muito a fazer nesta área da preparação dos casais para o matrimónio”, admite o Papa, acrescentando que uma escolha que é para toda a vida “não pode ser preparada em três ou quatro reuniões”.

“É preferível não casar, não receber o sacramento, se não se está seguro do mistério que se tem pela frente, se não se está bem preparado”, se só se encara o matrimónio como “um acontecimento social”, declara no texto.

Para o Pe. Gregório Rocha, que há cerca de cinco anos tutela este sector na ilha, os CPM “devem ser uma partilha de experiência assente no testemunho de casais casados e numa vertente de fé”. E se para o sacerdote, a forma e a linguagem utilizadas são concretas, diretas e atuais, porque assentam na experiência concreta dos casais formadores; a verdade é que há temas que têm de ser alterados.

“Grande parte dos casais que nos procura já vive em união de facto; alguns já têm mesmo filhos. A nossa resposta tem de ser outra diversa da que consta dos atuais materiais”, refere reconhecendo que é um desafio exigente que até já está a ser pensado pela igreja.

O sacerdote defende, por outro lado, um maior envolvimento das famílias, das paróquias e das comunidades a preparar os jovens para a importância do matrimónio.

Scroll to Top