Trabalho dá expressão à «dignidade» das pessoas

Francisco destacou importância da temática laboral antes das comemorações deste domingo do 1.º de maio

O Papa destacou hoje a importância do trabalho para a vida das pessoas, no âmbito dos festejos do 1.º de maio que vão ter lugar este domingo um pouco por todo o mundo.

“O trabalho é próprio da pessoa humana e exprime a sua dignidade enquanto ser criado à imagem de Deus”, frisa Francisco numa breve reflexão publicada na sua conta pessoal no twitter, em @pontifex.

Antes da comemoração do 1.º de maio, que vai marcar também o domingo em Portugal, a Rádio Vaticano chama a atenção para o problema do desemprego que afeta mais de 16 milhões de pessoas em toda a Europa.

Em Portugal, a taxa de desemprego situa-se atualmente nos 12 por cento, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística.

Em causa estão mais de 615 mil pessoas sem ocupação, sendo que o desemprego jovem e o de longa duração continuam a ser desafios para Portugal.

A presidente nacional da Juventude Operária Católica (JOC) afirmou que as principais dificuldades que as novas gerações têm de enfrentar no mundo do trabalho são a precariedade e o desemprego, forçando muitos à emigração.

“A precariedade, aliada ao desemprego, tem marcado a vida de muitos jovens em Portugal. Se o posto de trabalho existe, porquê a forma precária como ele é exercido?”, questiona Lisandra Rodrigues, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A responsável espera que as respostas à crise passem por opções em prol da “dignidade” e do “projeto de vida” dos jovens, evitando sentimentos de “frustração e de revolta”.

O desaproveitamento do potencial dos jovens em Portugal é algo que nos preocupa. Temos uma geração com muita formação e uma grande abertura ao mundo”, lamenta.

Lisandra Rodrigues sustenta que celebração do 1.º de Maio continua a fazer sentido, num contexto de crise, “para valorizar o papel do trabalhador e dar voz aos trabalhadores”.

Para a presidente da JOC, perante “situações muito complicadas” pode faltar o “sentimento” de levantar a voz.

“Sentimos muito a falta de oportunidades. Existem uma série de respostas aparentes, mas não vão ao encontro das reais necessidades dos jovens”, realça.

A líder do movimento católico faz a defesa do “trabalho digno” que se contrapõe à “precariedade” e implica o “respeito pela pessoa”.

Em relação ao futuro, Lisandra Rodrigues espera que seja possível mudar o “foco” das questões económicas para as questões sociais, deixando uma mensagem de “esperança”.

“Pedia aos jovens para não se acomodarem às situações e não se amedrontem”, apela a presidente da JOC.

A celebração do 1.º de Maio vai estar em destaque na emissão deste domingo do programa ‘70×7’ (RTP2, 12h30, hora dos Açores).

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