Bispo de Angra ordena sete diáconos permanentes a quem pediu para serem “ministros da esperança”

“O diácono não é uma espécie de vice-pároco ou um ministro a meias”- D. Armando Esteves Domingues

 

O bispo de Angra ordenou esta tarde na Sé, e de uma só vez, sete diáconos permanentes a quem convidou a ser “ministros da esperança”, desafiando-os a serem “lavadores de pés” na comunidade sobretudo junto dos mais frágeis.

“O diácono não é uma espécie de vice-pároco ou um ministro a meias. Ao contrário dos Presbíteros, os diáconos não são ordenados para o sacerdócio, mas para o ministério” disse D. Armando Esteves Domingues aos diáconos hoje ordenados e que se juntam assim aos cinco já existentes na diocese, depois de terem sido formados no Seminário Episcopal de Angra ao longo dos últimos quatro anos.

O prelado sublinhou a especial importância dos diáconos numa Igreja sinodal.

“O Documento final do Sínodo apela a uma promoção do diaconado, reconhecendo neste ministério um fator precioso de maturação de uma Igreja serva no seguimento do Senhor Jesus que se fez servo de todos” recordo D. Armando Esteves Domingues.

“Na verdade, os diáconos favorecem um amadurecimento da unidade entre fé e vida, sem separações indevidas entre sagrado e profano. Eles deslocam a Igreja, porque a impelem a estar presente no território não só através da capilar estrutura paroquial, mas em todos os lugares onde o ser humano trabalha, edifica a sociedade, experimenta o sofrimento, a rejeição, a fragilidade, o cansaço de viver” referiu.

E prosseguiu: “Eles ensinam toda a Igreja (dos bispos aos leigos) a deixar-se tocar pelas pessoas, pelas suas necessidades, de modo a vencer a tentação de um cristianismo desencarnado, tranquilizado”, afirmou ainda.

“Numa Igreja constitutivamente sinodal-missionária, que se interroga sobre a participação de todos e todas na única missão messiânica do povo de Deus, são necessários os diáconos que trazem profecia social da política à economia, colaboram com todos aqueles que acreditam na fraternidade e na paz numa permuta de dons com o mundo”, acrescentou pedindo-lhes para serem “lavadores de pés”, a “partilhar o Pão da palavra que alimenta, traz vida e esperança”.

“Segundo o mandato do bispo, pertence-vos formar na doutrina sagrada, presidir às orações, celebrar o batismo, assistir ao matrimónio e abençoá-lo, levar o viático aos moribundos e presidir aos funerais.  Exercereis o ministério da caridade. O vosso comportamento deve levar a que todos reconheçam em vós um verdadeiro discípulo de Cristo que veio para servir e não ser servido”, disse ainda.

“Falando com cada um de vós, percebi quanto sentis que a missão também vos chama em primeiro lugar a ser estes ministros da esperança com os tristes, os pobres, os doentes e os que vivem o drama da morte. Há um campo enorme de missão. Serão prioridade nas nomeações que recebereis”, frisou

“Na liturgia eucarística, a presença do diácono não é uma questão de maior solenidade, mas de significado” ressalvou o prelado reafirmando “proximidade, afecto e disponibilidade”.

Quatro dos diáconos ordenados são casados e três solteiros, que assim devem permanecer para se manterem “com um coração indiviso”.

Os novos diáconos permanentes vivem em São Miguel, Terceira e Pico onde continuarão agora a exercer o seu ministério.

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