“A vida religiosa não tem como objetivo o sacramento da ordem” refere Ir. Rita Ornelas

Por Igreja Açores

Maria Rita e o carisma das Servas de Nossa Senhora de Fátima não poderiam ter casado melhor: quer ela quer a congregação onde professou têm como lema uma fidelidade a Deus, inspirada em Maria, que é como quem diz “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

“Durante vários anos pratiquei natação e o melhor da natação é fazer mais em menos tempo. Na minha vida como Irmã, nas Servas de Nossa Senhora de Fátima, também procuro que haja cada vez mais Deus e menos Rita e a exemplo de Maria e da sua fidelidade a questão é sempre a mesma: responder à vontade de Deus, sempre” afirma Rita Ornelas, religiosa das Servas de Nossa Senhora de Fátima, uma congregação fundada por Madre Luíza Andaluz em 1923.

A jovem, natural da Terceira, formada em Ciências do Desporto é uma das mais jovens irmãs desta congregação que já teve comunidades nos Açores e, que talvez por isso, seja uma das congregações onde mais açorianas servem. Hoje depara-se com o problema com que todas as congregações se deparam: a falta de vocações.

“A vocação é uma provocação que Deus nos faz e que vai aquecendo o nosso coração” refere Rita Ornelas na entrevista que dá ao programa de rádio Igreja Açores. “Depois a vocação é por amor.  Muitas vezes perguntavam-me que desgosto de amor eu tinha tido; ora justamente a vocação é um gesto de amor em liberdade, que requer discernimento, devidamente acompanhado” refere lembrando que a vocação “também se faz caminhando”.

Esta jovem terceirense, que tantas vezes foi ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Angra, que hoje, neste dia 8 de dezembro, “tanto gostaria de ver cheio de fieis, de jovens, de famílias”, lembra que de Maria “devemos colher o exemplo de fidelidade”.

“Maria continua muito presente na vida dos católicos. Ainda mais se pensarmos na invocação de Nossa Senhora de Fátima. Pormo-nos aos pés de Maria é consolador: sentimo-nos protegidos, cuidados e consolados. Maria é uma presença na vida dos cristãos, sem dúvida alguma”, refere nesta entrevista em dia da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.

“As servas são uma congregação recente e o nosso carisma está muito centrado na encarnação, na ideia Deste Deus que veio ao mundo para nos salvar; Nasceu numa gruta e que Viveu no meio das pessoas” explana lembrando que a missão “é levar Deus ao mundo”.

“Não temos grandes obras; inserimo-nos nas que já existem procurando ser e levar Deus à humanidade. E,  vemos em Maria o exemplo e este modelo de fidelidade que diz sim desde a primeira hora, desde a anunciação do Anjo até ao fim , e que este sim foi para a vida toda” refere.

“Quando fui para Lisboa estudar fiquei deslumbrada com a vida numa grande cidade. Mas cedo (um ano depois) senti um grande vazio; faltava sentido e decidi integrar-me na paróquia do Parque das Nações. E foi em contexto da paróquia que tomei contacto com as irmãs Servas de Nossa Senhora”. Professou em 2018. Ainda não celebrou os votos perpétuos mas assegura que está “a caminhar”, apostando na sua formação enquanto religiosa mas também discernindo sobre o que Deus quer de si.

“A vida religiosa não tem como objetivo o sacramento da ordem, mas aprofundar o sacramento do batismo”, e lembra que , refere “o sacramento do batismo é expressão da nossa vocação”, enquanto religiosos, “por isso somos chamadas de Irmãs”.

Na entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores fala ainda da relação com a sua irmã gémea de sangue, Maria Pia, das missões que desenvolveu em São Tomé e Príncipe e da vida em comunidade.

 

 

 

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