As Bem-aventuranças são “critérios” para o dia-a-dia e não um “anúncio distante reservado para a eternidade”

Bispo do Porto preside à festa do Senhor Bom Jesus Milagroso que tem hoje o seu ponto alto com missa solene e procissão

O bispo do Porto presidiu ontem à tarde à missa vespertina da Festa do Senhor Bom Jesus Milagroso, no Santuário de São Mateus, na ilha do Pico e lembrou todos os peregrinos que o Evangelho e as Bem-aventuranças devem ser critérios norteadores da vida do dia-adia.

“Jesus subiu à montanha e proclamou oito Bem-aventuranças. Elas não são um anúncio distante reservado para a eternidade mas algo que deve ser seguido na terra, numa antecipação da Jerusalém celeste” disse D. António Francisco dos Santos, esta tarde.

“São critérios que devemos seguir porque traçam as linhas do rosto divino de Jesus e através dele o rosto humano dos seus discípulos” acrescentou lembrando o significado de cada uma delas.

O prelado, que preside pela segunda vez desde que é bispo do Porto a uma festa num santuário diocesano insular, destacou o desafio que as Bem-aventuranças significam no acolhimento, na compreensão e na ajuda ao próximo, sobretudo “os famintos, os infelizes, os pobres , os marginalizados, os doentes, os refugiados,  os sem abrigo ou os idosos que padecem de solidão”.

E, lembrou ainda, que à igreja e aos cristãos em geral, cabe “construir pontes” e ser “cuidadores dos frágeis” sem nunca se deixarem “corromper por promessas vãs ou interesses mesquinhos”.

“Hoje voltamos o nosso coração para o Bom Jesus para que nos ensine as Bem aventuranças do reino e nos ensine a ser construtores, nesta terra, deste reino de bondade, compaixão e misericórdia” disse ainda D. António Francisco dos Santos.

“Quero ser peregrino convosco e fazer das vossas preces e suplicas as minhas, pedindo ao Senhor que nos guie”, concluiu prestando homenagem à “fé e à maneira de ser cristãos” destes açorianos que depositam as suas esperanças no Senhor Bom Jesus Milagroso.

A festa religiosa de verão mais importante do Pico vive este fim de semana o seu ponto alto.

O reitor do Santuário, que por estes dias acolhe milhares de peregrinos, no final desta celebração deu as boas vindas a todos os “romeiros e peregrinos” do Senhor Bom Jesus.

“Façamos festa; esta é a casa do Senhor Bom Jesus e por isso é a casa de todos nós”, disse o pe. Marco Martinho, um dos cinco sacerdotes que concelebraram com o bispo do Porto esta Missa vespertina.

Amanhâ a imagem sairá à rua, às 18h00, acompanhada por dez bandas filarmónicas. Incorporará excepcionalmente esta procissão, que se repete pelo 155º ano consecutivo, uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, oriunda do lugar das Pontas Negras, concelho das Lajes, o único que tem uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima, a quem estas festas estão particularmente unidas por causa do Centenário das suas aparições aos três pastorinhos na Cova da Iria.

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