Bispo de Angra desafia autoridades regionais a criar incentivos para a fixação das populações nas ilhas mais pequenas

De visita à ilha de São Jorge, D. João Lavrador valoriza religiosidade popular como alavanca para a evangelização

O bispo de Angra, que está em São Jorge desde dia 7, em visita pastoral, exorta os poderes regionais a criarem incentivos com vista à fixação das populações nas ilhas mais periféricas, sobretudo dos mais jovens, e fomento à natalidade.

D. João lavrador visita a ilha até ao próximo dia 15 e pede mais atenção para as populações pois esta questão da desertificação afeta a Igreja, no que respeita à participação da vida comunitária eclesial, mas também a vida social e cívica.

“A desertificação também é uma realidade junto de várias associações cívicas que depois não conseguem ter lideranças fortes”, refere.

“Assistimos em São Jorge a uma realidade que é transversal às ilhas mais pequenas , que é o seu progressivo abandono e temos de ser capazes de inverter esta situação” diz o prelado em entrevista ao Igreja Açores. A Igreja, por seu lado, deve aproveitar a religiosidade popular de forma a prosseguir a missão de evangelização.

“Temos de ser capazes de aproveitar esta riqueza única que existe nos Açores que é à volta das festas e da mesa, das copeiras do Espírito Santo, este desejo imenso de comungar de tradições dos antepassados para profundarmos, desenvolvermos e alimentarmos os valores evangélicos que têm um substrato muito grande e que devem ser aproveitados”, refere.

“Ao contrário de outras zonas, aqui nos Açores ainda temos muitos elementos desta religiosidade e nós temos de os aproveitar para ajudar as pessoas a centrarem a sua vida em Cristo, no Seu evangelho e trazer para a vida estes valores”, insiste o prelado.

A visita pastoral do bispo de Angra a São Jorge acontece em pleno contexto de pandemia e constitui uma segunda oportunidade para contactar não só com o clero mas também com as várias associações públicas da ilha. Esta visita foi interrompida no ano passado a 15 de março, data do primeiro confinamento que levou à suspensão da participação de fiéis nas celebrações religiosas até ao final de maio.

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