Bispo de Angra desafia nordestenses a serem construtores de “comunidades”

D. João Lavrador presidiu à celebração do 150º aniversário da edificação da Igreja de Santana

O bispo de Angra convidou os nordestenses a serem verdadeiros edificadores de uma comunidade cristã, assente no diálogo e na misericórdia. Dirigindo-se aos fieis presentes na celebração, que assinalou o 150º aniversário de edificação da Igreja, D. João Lavrador lembrou que os cristãos é que constituem as verdadeiras pedras da Igreja.

“É sempre gostoso fazer, edificar e manter em bom estado as igrejas. Mas é muito mais necessário termos a atenção para edificarmos, construirmos e alimentarmos a comunidade cristã, pois com o tempo há realidades que atacam a comunidade seja pela maledicência, pelo mal, pela falta de diálogo, pela falta de perdão, pela falta de participação” afirmou o prelado diocesano na homilia da missa, que integrou também a celebração de dois batismos e primeira comunhão.

Por isso, prosseguiu “devemos olhar para este edifício e darmos graças pela história que ele representa: uma história de fé e de relações e isso deve motivar-nos para continuar a sermos cada vez mais comum idade”.

“Aqui, os nossos antepassados sentiram o conforto que a palavra de Deus lhes deu; temos gerações que professaram a fé e quiseram oferecer-nos essa fé. É este espirito de comunidade que estamos aqui hoje a exaltar”, disse ainda.

Depois deixou o itinerário em ordem a esse aprofundamento da comunidade cristã.

“Temos que caminhar mais; muitas vezes ficamos presos a uma gestão individual da fé e, a partir do momento em que estamos numa comunidade temos de viver e celebrar a fé, integrados numa comunidade”.

“Como é que isso se faz?”, interpelou: “abrindo o coração a Deus para que Ele se revele como misericórdia”.

“Se não abrimos o coração para que Deus se revele como misericórdia, meus amigos,  nós vamos proceder para os outros de uma maneira menos boa : através do legalismo, de forma justiceira, implacável. Se nós vivêssemos na misericórdia de Deus consideraríamos que as pessoas valem mais do que o mal que nos fazem ou fizeram”, concluiu desafiando os presentes “a olharem para o irmão como Deus olha para cada um de nós”.

Nesta celebração além da efeméride, o dia foi de festa com o batismo de duas crianças, a primeira comunhão e a profissão de fé das crianças da freguesia.

Santana deve ao seu nome ao primitivo templo de Santa Ana, construído no lugar da Feteira Pequena para assistência espiritual da população. No séc. XIX a ermida era manifestamente insuficiente e estava em estado lastimável. Remodelou-se e ampliou-se assim o velho templo, que veio a ser substituído pelo atual em 1869.

 

 

 

 

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