Bispo de Angra reúne com padres ordenados há menos de 10 anos

Encontro decorreu no Seminário e foi “muito útil e proveitoso”

A primeira reunião entre o novo bispo de Angra e os sacerdotes diocesanos ordenados nos últimos 10 anos realizou-se esta quinta feira no Seminário Episcopal de Angra, no dia em que se assinalou os 482 anos da criação da diocese insular através da bula Aequum Reputamos.

O encontro juntou dezena e meia dos 27 padres ordenados entre 2006 e 2016, o que permitiu ”confrontar experiências de gente que é próxima mas que tem percursos pastorais diferentes”, sublinhou o prelado em declarações ao Sítio Igreja Açores.

Para D. João Lavrador é “desta riqueza e desta diversidade que nasce a entre-ajuda entre todos estes sacerdotes que sendo próximos em idade têm histórias diferentes”.

Entre os padres jovens presentes estavam os que foram ordenados há dez anos mas também os mais recentes, nomeadamente, o que foi ordenado há dois meses.

“Os testemunhos de uns e de outros mostram o desfasamento entre o sonho de quem sai do seminário e a realidade concreta com que se debatem nas comunidades que servem”, sublinhou o bispo de Angra.

Estas reuniões são aconselhadas desde o tempo do Papa São João Paulo II, a partir do documento da igreja Pastores Dabo Vobis, que recomenda o acompanhamento próximo dos recém ordenados para que possam recolher o testemunho dos mais velhos e assim minimizar o impacto menos positivo que possa ter o desfasamento entre o sonho e a realidade.

Não quer dizer que os mais velhos também não precisem deste acompanhamento mas agora também temos de olhar para os mais novos, os que têm menos experiência para lidar com estas situações”, referiu ainda o bispo de Angra.

“É preciso estarmos próximos, escutá-los e compreendê-los, pois, juntos percebem que afinal os problemas que enfrentam são comuns a outras paróquias e a outros colegas”, acrescentou D. João Lavrador.

O próximo encontro ficou agendado para o final deste ano pastoral, em junho.

Entre os problemas mais elencados está naturalmente a falta de população. A desertificação das ilhas mais pequenas, o seu progressivo envelhecimento e a falta de campo de recrutamento para as actividades da igreja são alguns dos problemas comuns a várias paróquias e ouvidorias a que “importa dar resposta”. A religiosidade popular e a forma como as pessoas a vivem “muitas vezes com superficialidade privilegiando o acessório em vez do essencial é um desafio ao qual temos de dar resposta e é curioso ver como é que os padres mais novos olham para o problema”, concluiu o prelado diocesano que tem entre as suas prioridades um estímulo da comunhão no presbitério. Desde que foi nomeado bispo da diocese de Angra, D. João Lavrador tem procurado desenvolver essa comunhão estimulando encontros e momentos de reflexão conjunta entre sacerdotes e entre sacerdotes e leigos..

Scroll to Top