Bispo emérito de Angra exorta cristãos a serem “membros ativos da igreja” e a seguir exemplo de Maria

D. António de Sousa Braga presidiu à celebração do aniversário da dedicação da Igreja Catedral da diocese, em Angra

O bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga, presidiu esta manhã à celebração do aniversário da dedicação da Igreja Catedral que se assinala este domingo, com uma solenidade própria na Sé, e exortou os açorianos a serem “membros ativos da Igreja” seguindo o exemplo de Maria “que nunca se deixou desanimar, mesmo perante as dificuldades”.

A solenidade da dedicação da Sé de Angra, rito que ocorreu há 208 anos embora a igreja seja anterior, começou ontem à tarde, com as vésperas e todas as missas seguirão a liturgia própria da solenidade da dedicação.

O prelado emérito começou a homilia na Sé sublinhando a importância da oração na vida cristã e centrando-se no Evangelho- Parábola da viúva e do juíz iniquo- destacou a “perseverança na oração”.

Segundo D. António de Sousa Braga, se o Juíz insensível acudiu às preces da viúva, que ao tempo de Jesus não tinha quaisquer direitos, tal como os órfãos e os estrangeiros, muito mais Deus “responderá a todos nós na sua infinita misericórdia”, convidando-nos através da “oração e da proclamação da palavra a sermos uma igreja em saída”.

“É no quadro destas leituras que queremos celebrar o aniversário da dedicação desta Sé Catedral”, disse o bispo emérito falando, sobretudo, do exemplo de Nossa Senhora na construção da Igreja, como “mãe da misericórdia” de Deus.

“Ela é o membro mais eminente da igreja e devemos seguir o seu exemplo”, precisou.

Neste dia em que se celebra a Igreja Catedral, “a presença de Maria ensina-nos a não sermos meros empresários de uma empresa mas a sermos o verdadeiro corpo de Deus”.

A diocese de Angra assinala hoje o aniversário da Dedicação da sua catedral, a Sé de Angra.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores o Cónego Hélder Fonseca Mendes lembra que assinalar este dia é “valorizar a igreja como habitação de Deus na cidade” dando “visibilidade à igreja de Cristo”.

“Com esta solenidade damos visibilidade ao edifício em si, à sua função na cidade e estamos em comunhão com toda a igreja diocesana”, sublinha ainda o sacerdote que é também Vigário geral da Diocese.

A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, também referida apenas como Sé de Angra do Heroísmo, localiza-se na freguesia da Sé, no centro histórico da cidade e concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores. É a sede do Bispado de Angra. A igreja remonta a uma primitiva igreja paroquial, iniciada por Álvaro Martins Homem em 1461. Sob a invocação de São Salvador, deve ter sido concluída em 1496, data da nomeação do seu primeiro vigário. Com o aumento da população e a criação do Bispado de Angra, pela bula Æquum reputamus de 3 de Novembro de 1534, a Câmara Municipal formulou um pedido para que se construísse um novo edifício para a Sé, no mesmo local.

O edifício começou a ser construído muito mais tarde e só viria a ser reconsagrado em 1808.

O terramoto de 1980, que arrasou a cidade de Angra, causou extensos danos ao edifício. Com os trabalhos de restauração a decorrer, a 5 de julho de 1983 registou-se a derrocada de uma das torres e em 25 de setembro daquele ano, um grande incêndio destruiu por completo as talhas douradas dos altares, os órgãos de tubos e o teto em caixotões.

Nessas catástrofes perdeu-se um enorme espólio artístico, principalmente de decoração barroca, mas foi possível reedificar o templo que manteve a sua imponência e continua a ser o centro religioso dos Açores e um importante centro cívico da cidade, onde decorrem os mais proeminentes acontecimentos.

Encontra-se classificada como Monumento Regional pela Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.

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