Canonização marcada pelo dia da Divina misericórdia, criado por João Paulo II

Papa polaco e João XXIII vão ser inscritos no «álbum dos santos» em cerimónia com mais de 120 cardeais e mil bispos.

A canonização de João Paulo II e João XXII vai ser celebrada no domingo da Divina Misericórdia na Igreja Católica, uma festa criada pelo próprio Papa polaco, perante mais de 120 cardeais e mil bispos.

 

 

A preparação para a Missa, a partir das 09h00 (08h00 em Lisboa) começa com a recitação do chamado ‘terço da Divina Misericórdia’, uma devoção católica baseada nas visões de Santa Faustina Kowalska (1905-1938), canonizada por João Paulo II em 2000.

 

A data escolhida para as canonizações é também a celebração litúrgica mais próxima da morte de João Paulo II, que faleceu em 2005 na véspera da festa da Divina Misericórdia – celebrada anualmente no primeiro domingo depois da Páscoa.

 

A Missa presidida por Francisco, que se inicia este domingo pelas 10h00 (09h00 em Lisboa), inclui o rito de canonização propriamente dito.

 

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, acompanhado pelos postuladores de João Paulo II e João XXIII (os padres Slawomir Oder e Giovangiuseppe Califano), pede em três momentos sucessivos que os beatos sejam inscritos no “álbum dos Santos”.

 

“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, após ter longamente refletido, invocado várias vezes o auxílio divino e escutado o parecer dos nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos João XXIII e João Paulo II, inscrevemo-los no Álbum dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os Santos”, refere a fórmula de canonização, a ser proferida pelo Papa.

 

Os relicários dos dois novos santos vão ser colocados junto ao altar, com as respetivas relíquias – uma ampola com sangue de João Paulo II, a mesma da beatificação em 2011, e um fragmento da pele de João XXIII, recolhido aquando da exumação, em 2000.

 

Na mesma altura vão ser descerradas as imagens dos novos santos, as mesmas das beatificações, sobre o balcão central da Basílica de São Pedro.

 

Depois da proclamação dos novos santos, o cardeal Amato agradece ao Papa Francisco, concluindo o rito.

 

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos pede ainda que seja redigida a Carta Apostólica a respeito das canonizações que acabaram de ter lugar.

 

A Missa vai contar com a participação do coro da Capela Sistina, juntamente com os coros das Diocese de Roma e Bérgamo e a Orquestra filarmónica de Cracóvia, dioceses ligadas à vida de João Paulo II e João XXIII.

 

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, além dos cardeais e bispos, vão marcar presença nas canonizações 6000 padres; a Comunhão vai ser distribuída por 600 sacerdotes e 270 diáconos, entre a Praça de São Pedro e a avenida principal que liga o Vaticano a Roma.

 

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé não confirmou oficialmente a presença, na Missa, do Papa emérito Bento XVI, que beatificou João Paulo II.

 

“O Papa Bento XVI sabe que é bem-vindo, sabe que é desejado, foi convidado. Nós respeitamos a sua liberdade, a sua idade, o sentir forças para vir ou não nesse dia. Não há nenhuma confirmação oficial”, disse aos jornalistas.

 

Segundo o padre Lombardi, estão até agora confirmadas representações oficiais de cerca de 90 países e organizações internacionais.

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