Diocese de Angra Protege Património

A Diocese de Angra é co parceira do projeto HERITPROT na proteção das zonas históricas de 10 cidades europeias declaradas pela UNESCO como Património Mundial.

Angra do Heroísmo vai receber entre os dias 31 de Março e 2 de Abril a reunião do projeto europeu HERITPROT, na qual participarão 9 países que estão interessados em recuperar e preservar o património móvel e imóvel dos seus centros históricos, apurou o Portal da Diocese junto de um dos parceiros desta iniciativa, a Diocese de Angra.

 

 

O objetivo geral do HERItPROT é melhorar, por intermédio da cooperação inter-regional, a prevenção contra o risco de incêndio nos centros históricos das cidades europeias declaradas Património Mundial, através do intercâmbio de boas práticas para enfrentar os problemas que são comuns a todas as cidades e incidir no desenvolvimento de políticas a nível local e regional no âmbito da prevenção de incêndios em centros urbanos antigos.

 

Trata-se de um projeto enquadrado no Programa INTERREG IVC, do Fundo de Desenvolvimento Regional Europeu, e abrange mais nove cidades europeias, que tal como Angra do Heroísmo estão classificadas como Património Mundial – La Laguna e Cuenca (Espanha; Sighisoara (Roménia); Riga (Letónia); Varsóvia ( Polónia); Vilnius (Lituânia); Holloko (Hungria); Bergen (Noruega) e Liverpool (Reino Unido).

 

Para preparar esta reunião, já teve lugar em Angra do Heroísmo um encontro, no passado mês de Dezembro, que reuniu os 6 parceiros locais – Proteção Civil, Bombeiros de Angra, Direcção Regional da Cultura, Diocese de Angra, Museu de Angra e Biblioteca Pública de Angra – para apresentação das boas práticas, em caso de incêndio.

 

A prevenção de riscos de incêndios e a otimização dos sistemas de combate aos fogos nos centros históricos das cidades que são Património da Humanidade constituem “as principais preocupações” dos promotores da iniciativa.

 

Em causa estão, para além das perdas históricas, as dificuldades de atuação das brigadas anti fogo e salvamento, que são chamadas a intervir em cada momento.

 

Estes centros históricos, devido à constante e intensa atividade urbana, geram tensões entre a conservação dos valores do passado e a satisfação das necessidades contemporâneas.

 

“A Unesco declara o estatuto ímpar de património cultural da humanidade a cidades pelos seus edifícios, monumentos, tradições e história mas a conservação e preservação é responsabilidade das mesmas, sobretudo dos municípios, frequentemente com baixos orçamentos”, diz uma nota a que o Portal da Diocese teve acesso.

 

Em questões de prevenção, algumas cidades dispõem de um plano específico ou medidas especiais de proteção de elementos históricos. Contudo, nesses planos não há nenhuma medida específica em caso de incêndio.

 

“É neste contexto, que o programa europeu HERITPROT decidiu promover a prevenção do risco de incêndio nos centros históricos das cidades europeias classificadas como Património Mundial” refere a nota.

 

Representantes das autoridades públicas, bombeiros e proteção civil dos 9 países da União Europeia, incluindo a Noruega, estão a trabalhar conjuntamente para encontrar soluções que possam ser aplicadas nos seus territórios de acordo com as suas necessidades específicas. Alguns desses países já viram os edifícios ou quarteirões do seu casco antigo consumidos pelas chamas, destruindo o seu património.

 

É o caso da Catedral de Angra do Heroísmo, com extensos danos causados pelo terramoto de 1980. No decorrer dos trabalhos de restauração, em 1983 deu-se a derrocada de uma das torres e, dois anos volvidos, novembro de 85, deu-se um grande incêndia que  destruiu por completo as talhas douradas dos altares, orgão de tubos e o teto em caixotões.

 

Nessas catástrofes perdeu-se um enorme espólio artístico, principalmente de decoração barroca, mas foi possível reedificar o templo que manteve a sua imponência e continua a ser o centro religioso dos Açores e um importante centro cívico da cidade.

 

Noutros países com centros históricos, o interesse está em implementar medidas preventivas para evitar futuras tragédias.

 

Nesta fase, todos os parceiros estão a participar em workshps, seminários temáticos e visitas de estudo para desenvolver uma análise conjunta dos potenciais riscos e medidas de proteção nos bairros antigos classificados como Património Mundial.

 

Todas as práticas identificadas serão compiladas num manual que constituirá o método comum para a prevenção e ação em caso de incêndio, de acordo com a tipologia do edifício.

 

Para testar e validar o método desenvolvido está planeada a realização de um exercício de simulação a ter lugar no final do projeto.

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