“Esta romaria só pode ser especial”

750 senhoras saíram este sábado da igreja de Santa Clara. Peregrinas por um dia, fizeram um voto: caminhar com Jesus e deixá-Lo entrar nas suas vidas.

750 senhoras participaram esta manhã na eucaristia que assinalou o inicio da romaria quaresmal organizada pelo 13º ano consecutivo pela paróquia de Santa Clara, em Ponta Delgada.

 

 

Com a igreja e espaço circundantes apinhados por tantas mulheres desejosas da partida, numa madrugada escura e ventosa, o ambiente perto do altar contrastava com a natureza.

O assistente espiritual da romaria, Pe Norberto Brum, deixava o mote: “poderíamos viver sem Cristo? Poder podíamos, mas não seria a mesma coisa”.

 

“Hoje e sempre estamos aqui a pedir a Deus que nos acompanhe e a dizer-Lhe que somos felizes porque Ele está na nossa vida”, concluíu Norberto Brum sublinhando que a “caminhada de hoje é por Ele”.

 

“Nós vamos dizer com os nossos passos, com o nosso lenço e com os nossos terços que caminhamos com Cristo, porque sem Ele somos pobres, pecadores e fracos”.

 

A romaria das “Senhoras de Santa Clara” já é uma tradição na Quaresma. Parte da Igreja pelas 5h30 da manhã e vai, sempre a andar a pé, até ao Mosteiro das Clarissas, nas Calhetas, em Rabo de Peixe.

 

“É especial, nem consigo explicar. Há qualquer coisa nesta romaria que nos reconcilia e nos faz sentir tão bem”, disse esta manhã ao Portal da Diocese Ana Cristina Sousa, a coordenadora geral da romaria.

 

Todos os anos a romaria “cresce”. E até é possível que para além das inscritas outras senhoras se incorporem na romaria a meio do percurso.

 

“Temos um prazo de inscrição. Todas são bem vindas mas os prazos têm de ser respeitados porque a logística começa a ser complicada”, diz Ana Cristina Sousa.

 

Vêm de todas as paróquias, inclusive de fora da região. Juntam-se ao grupo, logo na preparação – quatro catequeses e uma celebração comunitária do perdão- e caminham em nome de Jesus.

 

“Há muito choro e muita alegria. As pessoas reconciliam-se consigo mesmas nesta caminhada. Deve ser esse o segredo”, diz Ana Cristina Sousa, que sempre participou na romaria das senhoras.

 

“Neste dia curam-se muitas dores porque sabemos pedir perdão e isso alivia-nos. A partilha das angústias, as orações em conjunto são um bom remédio para os problemas”, sublinha a principal responsável por esta romaria, que conta com a colaboração de mais 10 pessoas, uma que a ajuda na coordenação geral e outras nove que são as coordenadoras de grupo da caminhada.

 

Na estrada caminham quatro a quatro e cada um dos grupos tem cerca de 85 senhoras. Quando param para rezar fazem-no em conjunto. Nas igrejas “há sempre o problema de caberem todas”, mas desde que estejam abertas já é “meio caminho”.

 

São acompanhadas sempre pelo seu assistente espiritual e, contam também, com a ajuda do Rancho de Romeiros de Santa Clara que providencia o pequeno almoço  (este ano tomado no Parque Século XXI) e a distribuição de algumas águas durante a caminhada.

 

Da igreja de Santa Clara foram até à Matriz, Igreja do Senhor Santo Cristo, São Pedro, Fajãs e depois seguem para fora da cidade. Almoçam nos Aflitos e seguem a reta dos Fenais até ao Mosteiro das Clarissas em Rabo Peixe.

 

Este fim de semana o Mosteiro encontra-se em festa para celebrar as bodas de ouro da irmã Verónica. Uma celebração que será presidida pelo Bispo de Angra, este domingo.

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