Futuro melhor exige racionalidade e intervenção

Por Renato Moura

Estamos a transmitir e receber os melhores votos para o ano novo. Não se trata de uma simples rotina: sabemos da nossa sinceridade; acreditamos na generosidade dos outros. Ditos ou escritos, são palavras. Para os desejos se concretizarem são necessários gestos, nossos e de quantos nos rodeiam; não só agora, mas todo o ano. Nem o “Ano novo, vida nova” leva a nada, sem acção e determinação.

«Que 2021 seja melhor que este», insiste-se.  Mas temos receios e esperanças, nos vários domínios da vida.

A área social é uma delas. Temos esperança na vacina e no sucesso da luta contra a Covid. Mas impõe-se bom senso. Há muitas pessoas que estão e continuarão em dificuldade. Quem precisa deve agir com verdade, ou ser auxiliado a intervir com nexo. Exige-se compreensão e lucidez na ajuda de quem deve e de quem pode.  O facto de uns se sentirem bem, não os dispensa de reivindicar para quem precisa.

Urge mitigar já os efeitos da crise económica e invertê-la depois. Os paliativos não curam e as soluções eficazes começam na boa recolha de informação, passam pela ponderação e capacidade de raciocinar e acabam nas decisões inteligentes.

Há fortes apreensões políticas. O Governo nacional está em perda. Há declarações patéticas. Há ministros desacreditados, sustentados pela fidelidade ao 1.º Ministro, também ele a desgastar-se. A estabilidade política deveria ser suportada pelo interesse nacional e não mantida pelo medo de penalização partidária. Que se não queira eliminar os críticos; é mais sensato eliminar os fundamentos das críticas.

O Governo Regional está a montar a sua máquina, que é grande; e pode não ser grande coisa, se as escolhas de responsáveis regionais ou de ilha forem por partido e não por critério de competência. O já evidente desequilíbrio de forças e poderes intragovernamentais não é bom presságio e ameaça a eficiência. Só o discernimento e a coerência podem produzir boas propostas de Plano e Orçamento; e bom governo.

Na República continuamos a não ter, e nos Açores ainda não temos, bons motivos para confiar na sensatez dos deputados e na congruência exigível em representação dos eleitores.

É desafiadora a procura de um futuro melhor. É estimulante a superação dos desafios. É espectável a racionalidade de todos; principalmente daqueles a quem foi confiada maior responsabilidade. Mas cada um de nós tem o direito e o dever de compreender, de participar, de tomar parte, intervindo activamente e julgando. Por um bom 2021 e por um futuro melhor: com a ajuda de Deus, fonte de esperança.

 

Scroll to Top