Igreja Católica deve aos recasados e divorciados «um acolhimento fraterno e atento»

«Estas pessoas não foram excomungadas e não podem ser tratadas como tal», disse Francisco durante a audiência pública no Vaticano

O Papa sublinhou hoje, durante a audiência pública com os peregrinos, no Vaticano, a necessidade da Igreja Católica saber integrar os casais divorciados ou recasados.

“Estes batizados, que estabeleceram uma nova relação depois da dissolução do seu matrimónio sacramental, precisam de um acolhimento fraterno e atento, no amor e na verdade, estas pessoas não foram excomungadas, e não podem ser tratadas como tal, elas fazem sempre parte da Igreja”, frisou Francisco na Ala Paulo VI.

Perante milhares de pessoas que encheram o recinto, o Papa argentino disse que “a Igreja não ignora que a situação dos divorciados e recasados contradiz o sacramento do matrimónio, mas, por outro, o seu coração materno, animado pelo Espírito Santo, leva-a sempre a buscar o bem e a salvação de todas as pessoas”.

Mas como é que isso pode ser concretizado se estas pessoas em concreto são muitas vezes “mantidas à distância da vida da comunidade?”, questionou.

Nesse sentido, o Papa sublinhou a responsabilidade das comunidades católicas fazerem com que aqueles que viveram a “rutura do seu vínculo matrimonial”, ou iniciaram um novo caminho conjugal, “se sintam acolhidos e possam viver segundo uma fé convicta e praticada”.

Isto é tão mais importante, acrescentou Francisco, quando em causa estão também “muitas crianças” saídas destas relações, e que “são quem mais sofre com esta situação”.

“É importante que elas tenham na Igreja uma mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro. A Igreja não tem as suas portas fechadas para ninguém”, salientou.

Durante a audiência, o Papa argentino deixou ainda uma saudação aos acólitos portugueses presentes na Ala Paulo VI, que estão em Roma a participar num encontro internacional do setor.

Na sua mensagem, Francisco desafiou os peregrinos lusos a “renovarem o seu empenho” na construção de uma Igreja “cada vez mais acolhedora” e onde todas as pessoas “experimentem a misericórdia e o amor de Deus”.

Os cerca de 200 acólitos portugueses, acompanhados pela direção do Serviço Nacional de Acólitos e pelo bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, vão permanecer na Cidade do Vaticano até esta sexta-feira.

CR/Ecclesia

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