Misericórdias Insulares apelam à responsabilidade social das empresas e desafiam-nas a estabelecer parcerias

XIII Congresso das Misericórdias dos Açores e da Madeira terminou hoje no Funchal. O próximo encontro, em 2017, realiza-se na Praia da Vitória, nos Açores

As 26 instituições presentes no XIII Congresso das Misericórdias dos Açores e da Madeira apelaram este domingo “à responsabilidade social das empresas “ e desafiam-nas a serem “parceiras efetivas das misericórdias”, disse ao Sítio Igreja Açores o Presidente da União das Misericórdias dos Açores, Bento Barcelos no final dos trabalhos do encontro que decorreu no Funchal, desde o passado dia 10 de junho.

As questões da “sustentabilidade”, do “rigor da gestão” e a “necessidade de ampliar e diversificar as fontes de financiamento” destas instituições foram o tema central deste congresso que reuniu 21 das 23 Misericórdias açorianas e as cinco instituições da Madeira.

“As Misericórdias são instituições sociais sem fins lucrativos. Pugnamos pelo bem comum mas para o continuarmos a fazer, prosseguindo aquela que é a nossa essência, temos de garantir a nossa sustentabilidade”, disse Bento Barcelos sublinhando a importância “do rigor na gestão” e “a diversificação das fontes de financiamento”.

Cientes de que “os orçamentos da segurança social são finitos, não podemos deixar de apelar ao poder político que perceba qual é o nosso papel efetivo e que nos distinga positivamente”, disse ainda o Presidente da União das Misericórdias dos Açores frisando a “abrangência das atividades das Misericórdias, tendo em conta as novas solicitações”.

Bento Barcelos referiu-se às cantinas sociais e às cantinas escolares- que funcionam na assistência aos alunos durante as férias das escolas- “o que exigirá mais recursos”.

“O tecido empresarial tem de ser nosso parceiro” diz o dirigente reconhecendo que o desafio coloca-se essencialmente a empresas de grande dimensão na área dos combustíveis, da energia ou dos transportes.

Mas deixa também uma mensagem para as próprias Misericórdias.

“Temos de promover uma economia social. Cada Misericórdia deve ter uma empresa de economia social, sem fins lucrativos e sem concorrer com as empresas que já estão no mercado mas que sirvam de alavancas para um aumento da receita”, diz Bento Barcelos exemplificando por exemplo com negócios na área do “catering, lavandaria ou exploração agrícola”.

A “profissionalização” da gestão das Misericórdias; a “transparência e o rigor das contas”; o “apetrechamento técnico” quer ao nível dos recursos humanos quer ao nível dos equipamentos e um “maior esclarecimento” das ajudas europeias a futuros investimentos, foram outros dos temas discutidos no Congresso.

“Este encontro teve a vantagem de não se ficar pela simples apresentação do trabalho desenvolvido no terrenos pelas Misericórdias mas permitiu discutir os instrumentos e os desafios futuros que elas devem ter para melhorarem ainda mais o seu desempenho”, concluiu o dirigente.

O XIII Congresso Insular das Misericórdias dos Açores e da Madeira, subordinado ao tema “Em busca de um futuro melhor”, abordou temas como “As Misericórdias e o Poder Local”, as “Misericórdias e a Banca de Economia Social”, as “Misericórdias, os Fundos da União Europeia e a sua Sustentabilidade” e as “Misericórdias – Contabilidade e Auditoria”.

O próximo encontro realiza-se na Praia da Vitória em 2017 e, em 2019 será em Ponta Delgada. Só depois regressará à Madeira.

O Congresso terminou este domingo com uma Eucaristia presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Angra, Cónego Hélder Fonseca Mendes e concelebrada pelo Vigário Geral da Diocese do Funchal.

Scroll to Top