Ouvidoria de Vila Franca

Pelo Pe. José Borges

A catequese, a família e a juventude constituem o tripé que acompanha a ouvidoria da Vila Franca em Igreja e que o novo ouvidor, Pe. José Alfredo Borges, pretende estimular.

O sacerdote que retoma a coordenação pastoral desta comunidade, na costa sul da ilha de São Miguel, cinco anos depois (foi ouvidor entre 2009 e 2012), é um dos sete novos ouvidores nomeados pelo bispo de Angra no passado dia 22 de outubro.

“O principal desafio será envolver as pessoas na esperança e no amor a Jesus Cristo; acolhermos as pessoas, acompanhá-las na sua vida isto é que faz sentido em igreja” refere o sacerdote numa entrevista ao Igreja Açores.

“É neste tripé que assento a minha ação, dando continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido” refere acrescentando, ainda, um outro aspecto “decisivo” ao nível da comunicação que é o jornal A Crença, propriedade da igreja Matriz de Vila Franca, mas que o sacerdote gostaria que a ilha abraçasse como um projecto maior.

“A nossa ilha, que é metade da diocese em tudo tem que abraçar este projecto, com um gabinete de comunicação que mostre o que é a igreja e a beleza do Evangelho” refere o sacerdote.

“Precisamos de mostrar a qualidade do pensamento cristão” acrescenta lembrando que o jornal deve dar um salto qualitativo ao nível profissional.

O sacerdote, ordenado há 17 anos, é pároco na Matriz e em Água D´Alto, duas das cinco paróquias que a ouvidoria tem e que são servidas por três sacerdotes. A ouvidoria possui ainda sete centros de catequese, duas escolas, vários movimentos de apostolado- Romeiros, Legião de Maria, Cáritas, Escuteiros, entre outros-.

“Esta ouvidoria ocupa um espaço geográfico estratégico na ilha; estamos fisicamente muito próximos” e, por isso, tem sido “facilitado o trabalho in solidum entre os três sacerdotes, o que é muito gratificante” refere.

A ouvidoria criou há já algum tempo um fundo em que todas as paróquias contribuem para o sustento do clero e da pastoral porque “a pastoral não é só boa vontade; é também uma boa actividade” acrescenta.

A ouvidoria conta, ainda, com grupos pastorais muito ativos que respeitando o ritmo litúrgico “têm momentos e expressões próprias” mas “de grande utilidade”.

“Os movimentos mais ativos são aqueles que colocam a igreja no mundo, próxima dos lugares e das pessoas. Como o ritmo litúrgico tem momentos e expressões próprias cada um assume o protagonismo no tempo certo” afirma sublinhando, no entanto, que a catequese “é o mais notório movimento da igreja” pois é “lá que se formam os cristãos”.

“Todos eles, no seu tempo próprio, vão tendo a sua expressão própria do que o é o seu carisma”, precisa o pe. José Alfredo Borges, o que não quer dizer que todos se comprometam da mesma maneira.

“Também temos cristãos intermitentes que apenas procuram a igreja quando precisam de um serviço mas depois existem outros que são o fermento na massa, que estão presentes. São suficientes? Bom, é um número muito qualitativo; as pessoas têm a sua vida mas não dispensam a sua fé e isso faz toda a diferença e é disso que a igreja precisa”, conclui.

Relativamente às questões sociais, o sacerdote lembra as orientações diocesanas e destaca que a caridade cristã deve ser a trave mestra da atuação da igreja.

“A rede de acção social está hoje bem montada para suprir as necessidades materiais. Mas quem faz o resto? Quem promove a dignidade das pessoas? Quem as ouve? Quem estende a mão? Quem lhes dá a palavra que precisam num momento difícil? Isto é a ação da Igreja, dos cristãos”, refere.

“Temos focos de pobreza? Claro que sim, mas não são alarmantes”, afirma.

A entrevista do Pe. José Alfredo Borges pode ser ouvida, na íntegra, no Sítio Igreja Açores.

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