Papa afirma que a vocação da missão está no DNA do Caminho Neocatecumenal

“Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano”, disse Francisco

O Papa Francisco encontrou-se hoje com o Caminho Neocatecumenal, na esplanada de Tor Vergata, bairro situado na periferia de Roma, para assinalar a celebração dos 50 anos de fundação do Caminho.

O encontro teve início de manhã, e Kiko Argüello, um dos fundadores do Caminho e responsável da equipe internacional, fez a introdução. O lugar escolhido para o local foi a área universitária de Tor Vergata, situada na periferia de Roma, em homenagem a São João Paulo II, que durante os seus 26 anos de pontificado acolheu e apoiou o Caminho. Em Tor Vergata foi celebrada a inesquecível Jornada Mundial da Juventude do ano 2000.

Depois de manifestar a sua alegria pelo encontro com os membros do movimento, o Papa ressaltou que “cinquenta é um número importante na Bíblia: no quinquagésimo dia, o Espírito do Senhor Ressuscitado desceu sobre os Apóstolos e mostrou ao mundo a Igreja.”

Amor e fidelidade

“Queridos irmãos e irmãs, no final vocês cantarão o Te Deum de ação de graças pelo amor e a fidelidade de Deus. É muito bonito isso: agradecer a Deus pelo seu amor e pela sua fidelidade. Muitas vezes, agradecemos pelos seus dons, por aquilo que nos dá, e isso é bom. Mas é ainda melhor dar graças a Deus pelo que Ele é, Deus fiel no amor. A sua bondade não depende de nós. Qualquer coisa façamos, Deus continua nos amando fielmente. Esta é a fonte de nossa confiança, o grande consolo da vida. Portanto, coragem, e nunca fiquem tristes. Quando as nuvens dos problemas forem pesadas em seus dias, recordem que o amor fiel de Deus brilha sempre, como o sol sem ocaso. Recordem sempre o seu bem, mais forte que todo mal, e a lembrança do amor de Deus os ajudará na angústia.”

O Papa agradeceu aos membros do Caminho Neocatecumenal que estão para ir em missão, para a evangelização, prioridade da Igreja hoje e afirmou que este sentido de missão está no DNA do Caminho.

“Missão é dar voz ao amor fiel de Deus, é anunciar que o Senhor quer o nosso bem e que nunca se cansará de nós, deste nosso mundo. Missão é doar aquilo que recebemos. Missão é cumprir o mandato de Jesus que ouvimos: “Ide, portanto, e fazei que todos as nações se tornem discípulos”, disse o Papa Francisco lembrando que para anunciar é preciso renunciar.

“Para anunciar é preciso renunciar. Somente uma Igreja que renuncia ao mundo anuncia bem o Senhor. Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano. E quem, por amor, aprende a renunciar às coisas que passam, abraça este grande tesouro: a liberdade. Não tem apegos, sente que o coração se dilata, está disponível a Deus e aos irmãos” afirmou o Santo Padre.

“Queridos irmãos e irmãs, o vosso carisma é um grande dom de Deus para a Igreja do nosso tempo. Demos graças a Deus por estes cinquenta anos. Olhando para a sua paterna, fraterna e fidelidade amorosa, nunca percam a confiança. Ele os protegerá, incentivando-os ao mesmo tempo a ir, como discípulos amados, a todos os povos, com simplicidade humilde”, disse ainda Francisco.

Entre os membros do Caminho Neocatecumenal, que vieram de 134 países, há um conjunto de açorianos da diocese de Angra onde o Caminho tem 13 comunidades e está presente nas ilhas de São Miguel, Terceira e Pico.

Durante o encontro, o Pontífice abençoou as cruzes e entregou aos responsáveis 34 novas missões ad gentes que levarão o Evangelho ao mundo.

Por fim, foi recordada Carmen Hernández uma das fundadoras do Caminho Neocatecumenal junto com Kiko Argüello, falecida em 19 de julho de 2016, em Madrid, Espanha.

( Com News Vatican)

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