Papa em defesa dos pobres e do «trabalho digno»

Francisco dirigiu mensagem aos participantes no Fórum Económico Mundial

O Papa dirigiu uma mensagem aos participantes no Fórum Económico Mundial de Davos, recordando a necessidade de defender os mais pobres e de promover o “trabalho digno”.

Francisco desafia os responsáveis internacionais a “dar vida a novos modelos empresariais que, ao promover o desenvolvimento de tecnologias avançadas, sejam também capazes de as utilizar para criar um trabalho digno para todos, apoiar e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente”.

A mensagem, divulgada hoje pelo Vaticano, é dirigida aos participantes na 46ª  edição do Fórum Económico Mundial, que teve início em Davos, na Suíça, sobre o tema ‘Dominar a quarta revolução industrial’.

“Mais uma vez, apelo a todos vós: Não esqueçais os pobres! Este é o principal desafio que, como líderes no mundo dos negócios, tendes diante de vós”, escreve.

Francisco sustenta que o ser humano “deve guiar o desenvolvimento tecnológico sem se deixar dominar por ele”, sem esquecer-se dos pobres.

O Papa deseja que a “cultura do bem-estar” não “anestesie” os mais favorecidos, recordando a necessidade de “chorar diante do drama dos outros”, sobretudo quando as próprias ações são “causa de injustiça e desigualdade”.

Renovando a mensagem da bula de proclamação do Jubileu da Misericórdia, o texto sublinha a necessidade de “abrir os olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de muitos irmãos e irmãs desprovidas de dignidade”, ouvindo o seu pedido de socorro.

“Quando nos apercebemos disto, tornamo-nos mais plenamente humanos, uma vez que a responsabilidade pelos nossos irmãos e irmãs é uma parte essencial da nossa humanidade comum. Não tenhais medo de abrir a mente e o coração aos pobres”, pede o Papa aos que marcam presença em Davos.

A mensagem alude às “mudanças profundas” que estão a ter lugar, exortando os líderes mundiais a “garantir que a iminente ‘quarta revolução industrial’ e os efeitos da robótica e das inovações científicas e tecnológicas não levem à destruição da pessoa humana – a ser substituída por uma máquina sem alma”.

“O momento presente oferece uma oportunidade preciosa para dirigir e governar os processos em curso e para edificar sociedades inclusivas, baseadas no respeito pela dignidade humana, na tolerância, na compaixão e na misericórdia”, acrescenta Francisco.

A estância de ski de Davos, na Suíça, acolhe até sábado o Fórum Económico Mundial, com mais de 2500 participantes de mais de 100 países, entre empresários, políticos, académicos, membros da sociedade civil e agentes culturais.

CR/Ecclesia/Lusa

 

Scroll to Top