Salvar vidas ou pelo menos ser dignos

Por Renato Moura

Nesta semana a Igreja lembrou-nos que o apóstolo São Paulo, na epístola aos Gálatas, clarificava: “Os frutos do Espírito são: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança. Contra coisas como estas não há lei”.

Nos últimos dias têm chegado ao nosso conhecimento factos relevantes e impressionantes.

Na Colômbia, no referendo ao acordo de paz com as FARC só votaram menos de 40% dos eleitores, apesar de que em 52 anos o conflito terá feito mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e cerca de 7 milhões de deslocados. Após quatro anos de negociações, num enorme esforço do Presidente Juan Manuel Santos a construir um “acordo imperfeito que salve vidas a uma guerra perfeita que continue a semear morte e dor no nosso país, nas nossas famílias”, ainda assim foram ligeiramente mais os colombianos que votaram não! Quando até o líder das FARC afirmava “peço sinceramente perdão a todas as vítimas do conflito por toda a dor que causámos nesta guerra”.

Certamente também tendo em conta a capacidade de diálogo, vimos António Guterres ser aclamado no Conselho de Segurança para futuro Secretário-geral da ONU.

O Comité decidiu atribuir o Prémio Nobel da Paz a Juan Manuel Santos, que apesar de derrotado no referendo, viu reconhecida de fora a sua capacidade de dialogar, de privilegiar o que une em detrimento do que separa. Sabe-se que o prémio está a ser interpretado como apoio à continuação das negociações de paz entre o Governo da Colômbia e as FARC, acreditando-se que posso constituir uma ajuda para que um acordo venha a ser atingido e legitimado.

Em mais uma prova de que há portugueses por todo o mundo em lugares de destaque e que lá chegaram fruto da sua capacidade, soube-se que uma assessora do Presidente Juan Manuel Santos é luso-colombiana, de nome Inês Cadavid, filha de mãe portuguesa e de pai colombiano, nascida em Moçambique, mas que cresceu e estudou em Portugal.

Também circularam imensas notícias sobre a campanha para as presidenciais nos Estados Unidos, principalmente agora sobre a avaliação do segundo debate entre Hillary Clinton e Donald Trump. Muito ficou bastante aquém do que seria de esperar da postura de virtuais presidentes da potência mundial. Pior que tudo, porventura poucos teriam admitido que um dia alguém como Trump seria candidato republicano; sobretudo que demonstraria tamanha falta de preparação para a função e semelhante temperamento, fáceis de vislumbrar naquela “porque estarias na prisão” dirigida a Hillary!

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