Santuário deve ser centro de “vida espiritual, de acolhimento, de celebração dos sacramentos e de proclamação da palavra”

Bispo de Angra apresentou novo reitor do Santo Cristo

Os santuários em geral, e o do Santo Cristo em particular, devem ser capazes de proporcionar aos peregrinos o verdadeiro acolhimento e para isso devem ter ao seu serviço pessoas “dotadas de humanidade acolhedora, de perspicácia espiritual e  de inteligência teologal”, disse este domingo o bispo de Angra na missa a que presidiu e que marcou a entrada do novo reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada.

O Cónego Adriano Borges de 42 anos de idade assumiu hoje a reitoria do mais importante santuário diocesano insular, depois de seis anos à frente do economato da diocese de Angra e de docência no Seminário Episcopal.

Natural de São Miguel, do concelho da Ribeira Grande, o sacerdote foi ordenado há 16 anos e formou-se em Roma na área da história da Igreja e património.

Na celebração que marca o seu regresso a São Miguel, ilha de onde saíu quando tinha 15 anos, D. João Lavrador falou sobretudo das funções de um santuário e das características que devem estar presentes em quem nele serve “para que se introduzam os peregrinos no Santuário como num evento da graça, lugar de experiência religiosa, de alegria reencontrada”.

“Dadas as circunstâncias sociais de que se reveste a diocese de Angra e das Ilhas dos Açores e nomeadamente nesta Ilha de S. Miguel, o Santuário do Senhor Santo Cristo é fortemente interpelado para que seja um centro de vida espiritual, de acolhimento, de celebração dos sacramentos e de proclamação da Palavra que ilumine a vida daqueles que aqui acorrem” disse o prelado diocesano.

Para D. João Lavrador este acolhimento deve ser norteado de uma “sabedoria evangélica e ampla sensibilidade” para que a experiência do peregrino seja importante quer no que respeita às “razões do coração quer às do espirito”.

Falando especificamente da devoção ao Senhor Santo Cristo, que “faz parte da cultura e da expressão religiosa do povo açoriano”, lembrou a importância deste santuário junto dos açorianos da diáspora que deve merecer “a nossa atenção e solicitude”.

“Esta marca que tem neste santuário as suas raízes exige uma atenção privilegiada para com as nossas comunidades emigrantes para manterem estes salutares laços com as suas origens, para uma promoção e renovação do culto ao divino Santo Cristo dos Milagres”, referiu o responsável.

Por outro lado, há também uma dimensão de turismo religioso, sobretudo para quem visita as ilhas, que não pode ser ignorada, disse ainda o prelado insular.

“Este Santuário é conhecido como emblemático e local de atração para muitos que nos visitam. Importa estar atentos e proporcionar um acolhimento e resposta pastoral adequada a cada pessoa de modo a dignificar o local e quem nos procura”, disse sublinhando a importância de se criar “uma maior interligação e articulação” entre os vários santuários diocesanos (5 no total) “para melhor responderem ás exigências evangelizadoras que se colocam a estes locais tão procurados”.

“Todas estas exigências evangelizadoras exigem uma revisão de estruturas e de instalações que certamente merecerão o cuidado do novo Reitor e da sua equipa pastoral”, concluiu.

A partir do evangelho do dia, D. João Lavrador referiu-se ainda ás características da palavra de Deus destacando a sua liberdade e amplitude na medida em que se dirige a todos os homens e a todas as mulheres sem qualquer restrição.

“Na verdade a alegria do Evangelho é para todo o povo” e por isso é “vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo” disse o prelado citando a Alegria do Evangelho do Papa Francisco.

A missa que marcou a entrada do Cónego Adriano Borges no Santuário do Senhor Santo Cristo foi cocelebrada por sacerdotes de outras paróquias da ilha de São Miguel.

Na agenda do novo reitor estão entre outras as obras de remodelação e reestruturação do Convento da Esperança de forma a permitir que o Santuário cumpra essa função primordial de bom acolhimento aos peregrinos, proporcionando-lhes momentos de oração e comunhão com Deus, disse o novo reitor numa entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores, recentemente.

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