Santuários devem abrir-se ao exterior e ser mais criativos

Desafio foi lançado no final do XI Encontro de reitores de Santuários que decorreu em Fátima nos últimos dois dias

O padre Sezinando Alberto, presidente da Associação dos Reitores dos Santuários de Portugal (ARSP), disse hoje em Fátima que é preciso que estas instituições se abram ao “exterior”, anunciando a realização de um congresso nacional para 2019.

“Os santuários devem abrir-se ao exterior”, sustentou, em declarações recolhidas  pelos jornalistas no final do XI Encontro de Reitores dos Santuários, que se iniciou esta segunda-feira.

A Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo acolheu 20 reitores para este encontro formativo.

O padre Sezinando Alberto sublinhou que existem muitos estudos e trabalhos de investigação sobre o sector, que  não são conhecidos.

Em 2019, a ARSP vai promover um congresso dos santuários, em parceria com o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, com a intenção de criar um programa “abrangente” das várias áreas do saber.

O presidente da ARSP disse que os trabalhos do encontro em Fátima deixaram alertas para a necessidade de contrariar uma mentalidade de “vale-tudo” na Liturgia e celebrar com “dignidade”, ajudando à “redescoberta do silêncio”.

“Posso ter pouca afluência, mas se celebrar com dignidade, quem lá vai volta com o coração cheio”, assinalou o sacerdote, reitor do Santuário de Cristo-Rei, em Almada.

O XI Encontro de Reitores dos Santuários começou com uma palestra do padre Carlos Cabecinhas, reitor de Fátima, falando da importância das propostas de oração.

“O que define um santuário são as celebrações, e essas celebrações não esgotam um santuário” adiantou.

O sacerdote explicou que a mensagem própria de um santuário e a sua especificidade “condicionam necessariamente toda a pastoral desenvolvida pelo santuário, também a nível da oração e da celebração”.

Considerando que “é fundamental que cada santuário parta, nas propostas que apresenta, da sua própria realidade,” o sacerdote deu o exemplo do santuário de Fátima, onde “é importante que a forma de rezar se prenda com a própria mensagem deste lugar”.

No fundo, “trata-se de aproveitar e potenciar aquilo que é a realidade de cada santuário ajudando os peregrinos que os visitam a rezar e a sentir esse impulso de dar à oração um lugar especial na sua própria vida”, disse ainda.
O reitor do santuário de Fátima alertou que “o espaço é fundamental”, reconhecendo que este também condiciona a oração. O sacerdote salientou que esse é um grande desafio para cada santuário e apontou como o exemplo o facto de que “muitas pessoas que nos procuram em Fátima, fazem-no porque sentem aqui um ambiente especial para rezar.”
A responsabilidade dos reitores é, considera, “criar as condições para que quem vem encontre no espaço as condições para se poder concentrar e rezar, o silêncio para poder fazer uma oração frutuosa, ou seja encontre aqui as condições que permitam entrar em comunhão com Deus” e esse, frisou o sacerdote, “é um desafio permanente, porque há sempre algo mais que podemos fazer para ajudarmos a que os nossos santuários sejam efetivamente escolas de oração.”
Defendendo que “as expectativas de há anos atrás não são as expectativas daqueles que hoje nos procuram”, o padre Carlos Cabecinhas afirmou que “precisamos de nos adequar permanentemente aos peregrinos que vêm e os peregrinos são sempre novos.”
(Com Ecclesia)

Scroll to Top