Vaticano diz ter imposto “restrições disciplinares” a D. Carlos Ximenes Belo

O Vaticano informou hoje que impôs “restrições disciplinares” a D. Carlos Ximenes Belo, antigo administrador apostólico de Díli, a partir de 2020, após ter recebido acusações contra o bispo emérito.

“A Congregação para a Doutrina da Fé envolveu-se no caso, pela primeira vez, em 2019. À luz das acusações recebidas sobre o comportamento do bispo, em setembro de 2020 a congregação impôs-lhe algumas restrições disciplinares”, assinala uma nota enviada aos jornalistas pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

O porta-voz do Vaticano precisa que as medidas previam “limitações às suas deslocações e ao exercício do seu ministério, a proibição de contactos voluntários com menores, de conceder entrevistas e de contactos com Timor-Leste”.

Segundo a nota, as medidas acabariam por ser “modificadas e reforçadas” em 2021, e os vários procedimentos foram “formalmente aceites” pelo bispo emérito, nas duas ocasiões.

O jornal holandês ‘De Groene Amsterdammer’ publicou esta quarta-feira testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais que teriam sido cometidos, quando eram menores, pelo ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz.

A 26 de novembro de 2002, o Papa João Paulo II aceitou a renúncia de D. Carlos Ximenes Belo, então com 54 anos, com base no Cânone 401 § 2 do Código de Direito Canónico, ou seja, por motivos de “saúde precária ou outra causa grave”.

O responsável timorense aludiu então a problemas de saúde e à necessidade de um “longo período” de recuperação.

Salesianos reagem

A Província Portuguesa dos Salesianos manifestou hoje “profunda tristeza e perplexidade” perante as acusações de abusos sexuais de menores que envolvem o bispo timorense D. Carlos Ximenes Belo.

Em nota divulgada online, os religiosos destacam que o bispo emérito, religioso da congregação, foi recebido “como hóspede”, nos últimos anos, “a pedido dos seus superiores hierárquicos”.

“Desde que se encontra em Portugal não tem tido quaisquer cargos ou responsabilidades educativas ou pastorais ao serviço da nossa congregação”, acrescenta o comunicado, precisando que, desde que assumiu funções na Diocese de Díli (Timor-Leste), como administrador apostólico e bispo, D. Carlos Ximenes Belo “deixou de estar dependente” dos Salesianos.

“O pedido de hospitalidade foi por nós aceite com toda a naturalidade por se tratar de uma pessoa conhecida e estimada por todos. Sobre questões a respeito do conteúdo das notícias não temos conhecimentos para nos pronunciarmos, remetendo para quem tem essa competência e conhecimento”, conclui a nota.

O jornal holandês ‘De Groene Amsterdammer’ publicou esta quarta-feira testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais que teriam sido cometidos, quando eram menores, pelo ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz.

A 26 de novembro de 2002, o Papa João Paulo II aceitou a renúncia de D. Carlos Ximenes Belo, então com 54 anos, com base no Cânone 401 § 2 do Código de Direito Canónico, ou seja, por motivos de “saúde precária ou outra causa grave”.

(Com Ecclesia)

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