Cuidados paliativos pelas Misericórdias

Por Renato Moura

O médico Carlos Centeno Cortés, Director da Unidade de Medicina Paliativa da Clínica da Universidade de Navarra, considera que “a dignidade da pessoa humana exige cuidados paliativos” e que estes “são uma maneira especial de cuidar os doentes”.

Apresenta os cuidados paliativos “como o modo mais humano, também o mais cristão, de atender uma pessoa no fim da vida” e especifica “Nos cuidados paliativos é preciso cuidar de toda a pessoa, porque é toda a pessoa que sofre quando a morte está no horizonte. Na globalidade colocamos a parte física e a parte emocional, mas não apenas. Também colocamos tudo o que está ao redor do doente, que é a parte social, sua família seus amigos que sofrem quando ele sofre e também colocamos a parte espiritual”.

Em todo o mundo são postos à disposição serviços de cuidados paliativos. Em Portugal são ainda infinitamente menos do que seria necessário. Os cuidados nas situações de doença grave e incurável, frequentemente associados à velhice, são entre nós prestados por instituições e lares, muitos pertencentes à Igreja e frequentemente pelas Santas Casas da Misericórdia, elas próprias também geralmente tuteladas pela Igreja.

Carlos Cortés afirma, como médico: “os cuidados paliativos são uma excelente forma de caridade que deve ser promovida” e é assim que vê os cuidados paliativos “a partir de uma perspectiva cristã”. Afirma-os como sendo “valores cristãos com os quais essas pessoas trabalham” e vinca “se olharmos um pouco mais profundamente, esses valores são cristãos porque Cristo os ensinou para nós, porque Cristo é nosso «médico divino» e também é o nosso mestre nos cuidados paliativos”.

O desempenho dos trabalhadores de instituições sociais exige muita formação, nunca suficiente se não existir vocação; mais no serviço a idosos e doentes, ou se em cuidados paliativos. Obviamente muito se ganharia, se à formação fossem aliados os valores cristãos aprendidos da vida e dos ensinamentos de Jesus.

Tem inteira razão Cortés, quando reconhece que as equipas para atender a tantas necessidades e abordagens diferentes, precisam de apoio “porque esse trabalho é intenso, exigente e, às vezes, desgasta”.

O papel dos corpos sociais e das administrações das instituições é indispensável no apoio e coordenação. É um serviço; nunca uma aspiração à posição, trampolim; nem uma eternização nos lugares.

PS: O que pensar quando se convocam eleições para uma Santa Casa, via CTT, no dia 9 de Dezembro, se marca apresentação de listas para meia tarde do dia 18, com votação para o dia 26?!

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