Papa recorda «lição» de idosa portuguesa sobre misericórdia de Deus

«Se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria»

O Papa recordou hoje no Vaticano a “lição” de uma idosa portuguesa sobre a misericórdia de Deus, afirmando que “se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria”.

“’Deus perdoa tudo’ – disse-me -, Deus perdoa tudo’. ‘E como é que a senhora sabe disso?’, perguntei. ‘Porque se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria’”, relatou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.

“Recordemos dessa lição que esta idosa de 80 anos – ela era portuguesa – me deu: Deus perdoa tudo, só espera que nos aproximemos dele”, acrescentou.

O episódio aconteceu no ano de 1992, em Buenos Aires, durante uma Missa pelos doentes, quando Jorge Mario Bergoglio estava a confessar há várias horas e se deparou com esta mulher, cujos olhos “viam mais além, esses olhos repletos de esperança”.

O Papa já se tinha referido a esta idosa na entrevista que concedeu em setembro à Renascença: “Uma vez conheci uma senhora portuguesa, com mais de 80 anos, que me deixou boa impressão. Quer dizer, nunca conheci um português mau”.

Na homilia de hoje, Francisco sublinhou que “todos” são pecadores e precisam da misericórdia de Deus e de “esperança”.

“A esperança é esta virtude cristã que nós temos como um grande dom do Senhor e que nos faz ver ao longe, além dos problemas, das dores, das dificuldades, além os nossos pecados”, explicou.

O Papa sublinhou a importância desta virtude, em particular no meio das preocupações e momentos difíceis da vida.

“Esta é a profecia que a Igreja nos oferece hoje: são precisos homens e mulheres de esperança, também no meio dos problemas. A esperança abre horizontes, a esperança é livre, não é escrava”, observou.

Aludindo à passagem do Evangelho lida hoje nas igrejas de todo o mundo, Francisco realçou que os chefes dos sacerdotes do tempo de Jesus eram “homens fechados nos seus cálculos”, “escravos da própria rigidez”.

“Como é feia e quanto mal faz a rigidez de uma mulher e de um homem de Igreja, a rigidez clerical, que não tem esperança. Neste Ano da Misericórdia, existem esses dois caminhos: quem tem esperança na misericórdia de Deus e sabe que Deus é Pai; que Deus perdoa sempre, e tudo; que além do deserto há o abraço do Pai, o perdão. E, também, existem os que se refugiam na própria escravidão, na própria rigidez, e não sabem nada da misericórdia de Deus”, alertou.

CR/Ecclesia

 

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