Peçamos ao Menino Jesus que distribua prendas perenes

Por Renato Moura

Dar uma prenda é um acto bom, gerador de alegria. Mas como o que é demais não presta, transformar o Natal num desvario comercial, abafando o Menino Jesus sob os embrulhos, não é bom.

Parece-me que deveríamos construir uma lista de pedidos ao Menino Jesus, para o Natal e para a vida toda, não só valiosos como perenes, não apenas prendas exclusivas para inspiração pessoal, mas especialmente dons para partilhar.

Os santos deixaram heranças ricas de actos e ensinamentos. Recorro a Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), a fundadora da Congregação Católica “Missionárias da Caridade”, a quem foi atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1979, beatificada em 2003 pelo então Papa e hoje S. João Paulo II e canonizada em 2016 pelo Papa Francisco. E reavivo algumas das jóias que nos legou:

– A falta de amor é a maior de todas as pobrezas;

– É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado;

– O amor não pode permanecer por si só. Isso não faz qualquer sentido. O amor tem que ser posto em acção, a essa acção chamamos serviço;

– A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não se ser amado;

– O ser humano precisa mais de apreciação do que de pão;

– Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão;

– Espalhe amor onde quer que vá. Nunca deixe ninguém vir a si sem o deixar mais feliz;

– Nós sentimos que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas o oceano será menor por causa dessa gota que falta;

– Se não puder alimentar cem pessoas, alimente apenas uma;

– As palavras gentis podem ser curtas e fáceis de dizer, mas os seus ecos podem ser verdadeiramente infinitos;

– A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração;

– A paz começa com um sorriso;

– Se julgarmos as pessoas não teremos tempo para amá-las;

– O que poderemos fazer para promover a paz mundial? Ir para casa e amar a nossa família;

– Deus não exige que sejamos bem sucedidos, Ele só exige que tentemos;

– Nem todos nós podemos fazer grandes coisas. Mas podemos fazer pequenas coisas com muito amor;

– Seja fiel nas pequenas coisas porque é nelas que encontramos a nossa força.

Bom seria se o que se pede no Natal não fosse apenas materialista, mas espiritual e compartilhável, porventura inspirado nas reflexões de Teresa de Calcutá, transformado em acções concretas ao longo de todos os anos.

São estes os meus votos para um Santo Natal, para todos.

Scroll to Top