O Papa Francisco veio do “fim do mundo”

Somos um casal do continente, a viver há 17 anos no Açores.

É com grande alegria que escrevemos estas palavras sobre o Papa Francisco dando graças a Deus por estes dois anos de Pontificado. Ele é uma bênção e uma grande esperança para toda a Igreja. Deus, que inspirou o Concílio Vaticano II, que é uma verdadeira primavera, continua a guiar a sua Igreja, e deu-nos Papas que tem levado por adiante esta grande renovação da Igreja. Deus serve-se de homens concretos. O Papa Francisco veio do “fim do mundo” como ele disse, para continuar a traduzir numa nova linguagem esta grande novidade de Deus.

Nós assistimos em direto e ansiosos à sua eleição. Foi impressionante, aquela entrada, que serenidade e humildade. A maneira de se vestir foi reveladora da simplicidade que queria também para a Igreja. Aquele gesto de se inclinar e pedir as orações do povo de Deus sobre ele, foi muito tocante. A própria escolha do seu nome, Francisco, deu um sinal de que queria uma Igreja pobre, para os pobres, como falou o Papa João XXIII, ao anunciar o CVII.

Não é possível referir tudo o que o Papa tem sido para nós. São muitos, os gestos, que tem tido, em especial, para com os simples, os pobres, os doentes… Na espontaneidade de cada gesto, está um homem cheio de Deus. São gestos que afirmam que todos temos dignidade, temos valor, somos pessoas. Ao fazer-se próximo dos excluídos, dos doentes, revela amor, preocupação, delicadeza, humanidade, faz presente o amor de Deus para com os que mais sofrem. Diz-nos que eles são preciosos aos olhos de Deus.

O Papa Francisco, foi um vento refrescante para todos nós. Foi um Pentecostes, um sopro do Espírito. A sua linguagem próxima e incisiva, cativa-nos, apaixonou-nos. Queremos estar ao corrente de tudo o que diz, é tão atual. Não podemos esquecer o seu grande amor à escritura e à eucaristia. As Missas em Santa Marta são disso testemunho, com as suas homílias, dá-nos a sua palavra que é como um “comprimido” de fé e de Espírito quotidiano.

O Papa Francisco preocupa-se com o essencial da Igreja, falou da luz da fé, da missão da Igreja, da família. Constantemente, afirma que a Igreja tem de ser missionária, ser luz, sinal para o mundo. E não deixou de convidar a própria Igreja à conversão a começar por ele, pecador. Aponta as falhas da Igreja, e fá-lo com determinação e zelo numa linguagem que nos faz pensar em Jesus. Este zelo, de querer purificar e denunciar a hipocrisia, o farisaísmo dos membros da Igreja, impressiona. Ele está bem ciente, e é conhecedor dos perigos que a todos nos cercam, a começar pelos bispos, presbíteros e leigos, claro. Pede uma transformação da Igreja. Deseja uma Igreja, em constante conversão, e que vai à procura da ovelha perdida. Uma Igreja, que nas paróquias tem de sair da monotonia, do fechamento, e vai às periferias existenciais, aos afastados, aos que não têm fé, aos que estão sem sentido para a vida, para lhes falar do amor de Deus. Aquele amor experimentado na vida, dos cristãos, mostrando assim, que Deus se preocupa com eles, que lhes quer bem, que gosta deles. Ele quer uma Igreja que seja sinal, luz para os homens, mas para isso é necessário que os cristãos o sejam verdadeiramente.

Tudo o que diz faz grande sentido para nós, pois estamos a fazer um itinerário de redescoberta da iniciação cristã numa comunidade na paróquia. Nós sentimo-nos chamados por Deus a amadurecer a nossa fé infantil, a crescermos na intimidade com Jesus, com a Palavra de Deus e com os irmãos na Igreja. Tudo o que o Papa Francisco diz, ecoa no nosso coração, pois nos consola, e empurra a continuarmos esta nossa caminhada. Ele é um testemunho da ação de Deus. No fundo, diz-nos que devemos elevar a fasquia da nossa vivência cristã, pois durante muito tempo, vivemos com uma capa, um verniz de “cristãos”, mas na verdade não o eramos. Ele diz-nos que a vida cristã é algo belo, verdadeiro, e profundo. Toca-nos o coração quando fala da misericórdia e da ternura de Deus, pois ele fala daquilo que vive por dentro.

O nosso amor aos Papas começou com as Jornadas Mundiais da Juventude, que o nosso querido S. João Paulo II teve a graça de suscitar. Desde a ida à Polónia em 1991, até à última no Brasil, com o Papa Francisco, que apenas pudemos acompanhar pela internet, mas não menos importante, têm sido momentos de grande proximidade, consolação e de partilha de fé. Oxalá possamos estar em 2016 com ele em Cracóvia, nas próximas Jornadas, para rezarmos juntos pela conversão do mundo.

Felicidades Santo Padre, que a paz de Cristo esteja sempre contigo, que Ele te dê coragem, e força profética para servires a Igreja, e nos ajudares a amarmos mais a Deus e à Igreja.

Rezamos por ti. Parabéns! Armando, Dina e Josué

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